O que é lei de murphy

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Como surgiu a lei de Murphy? - Pergunta de Marcos Siqueira, de Recife (PE) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Antes de falar sobre a origem da lei, querido recifense, vamos ao consagrado enunciado dela: "tudo que pode dar errado, dará".

A autoria deste mantra pessimista que já atravessa sete décadas —ao menos com o nome de Lei de Murphy— é atribuída ao americano Edward A. Murphy Jr, embora não haja um registro documental disso.

A versão mais aceita sobre a origem é de que, entre 1948 e 1949, o então capitão da aeronáutica coordenava testes medindo o efeito da gravidade em pilotos de caça, causado por desacelerações agressivas, comuns nos voos. Só que em uma das sessões, um auxiliar errou na instalação dos sensores acoplados ao cinto de segurança dos ases e não houve captura de dados, o que arruinou o experimento.

Frustrado, para dizer o mínimo, o Murphy teria soltado algo como "se este cara tiver alguma chance de cometer um erro, ele o fará".

A frase viralizou entre subordinados e colegas, saiu do quartel e, por obra do bom e velho telefone sem fio, chegou até nós redefinida e batizada com o nome do capitão.

O primeiro registro em público teria sido feito pelo encarregado geral do experimento, o médico e coronel John Stapp, que meses após o episódio furioso de Murphy, fez o relato numa entrevista para a imprensa, citando a Lei de Murphy nominalmente, e explicando o conceito com um verniz menos anedótico e mais científico, como uma consciência de que falhas podem ser evitadas se todas as possibilidades, sobretudo as piores, forem consideradas.

Mas esse conceito é mais antigo do que Murphy. Há registros de ideias parecidas pelo menos 100 anos antes.

Em 1866, o matemático britânico Augustus de Morgan publicou a seguinte frase na obra A Budget of Paradoxes: "Tudo o que pode acontecer irá se fizermos testes suficientes".

Onze anos mais tarde, o também britânico Alfred Holt declarou algo muito parecido falando sobre navios a vapor: "Qualquer coisa que pode dar errado no mar geralmente dará errado, mais cedo ou mais tarde".

E para finalizar, adivinhe, outro britânico, dessa vez o ilusionista Nevile Maskelyne mandou essa em 1908 na revista "The Magic Circular": "Em uma ocasião especial, tal qual a produção de um efeito mágico pela primeira vez em público, tudo o que pode dar errado, dará."

Em resumo, Marcos, a Lei de Murphy é a que deu certo. Foi a que perdurou e virou meme universal, enquanto as Leis de Morgan, de Holt e de Maskelyne "deram errado" em se popularizar em seu tempo e para além dele.

Tanto é que ganhou até uma reinterpretação mais positiva num hit do cinema de nossos tempos. Em uma cena de "Interestelar" (2014), o ex-piloto da Nasa Joseph Cooper ressignifica o postulado para a filha, que se chama, veja só, Murphy: "A Lei de Murphy não significa que algo errado vai acontecer. Significa que tudo o que pode acontecer, acontecerá".

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O sentimento expresso pela famosa “Lei de Murphy”, de que “tudo o que pode dar errado, dará errado”, provavelmente existe em qualquer lugar onde as coisas possam, de fato, dar errado. Em 1786, por exemplo, o poeta escocês Robert Burns escreveu que “mesmo as melhores ratoeiras estão propensas a não funcionar”. A “Lei de Murphy”, seja como for, é mais recente: ela cumpre 70 anos em 2019.

Em 1949, a Força Aérea dos Estados Unidos conduziu uma série de testes cujo efeito era gerar uma rápida desaceleração dos aviões, de forma que poderiam conseguir uma compreensão melhor de como a força dos corpos dos pilotos toleraria um acidente aéreo. Os testes, parte dos quais ficaram conhecidos como Project MX981, consistiam em amarrar voluntários em uma espécie de trenó movido por um pequeno foguete, acelerando-o e freando-o em seguida, fazendo com que o dispositivo brecasse abruptamente.

O que é lei de murphy

Os voluntários carregavam um equipamento especial carregado com 16 sensores que mensuravam a aceleração em diferentes partes do corpo. O equipamento era uma invenção do capitão da Força Aérea, Edward A. Murphy, mas os 16 sensores individuais tinham sido instalados por outras pessoas da equipe.

No dia definitivo dos testes, um voluntário chamado John Paul Stapp foi amarrado em um trenó e os foguetes foram acesos. O teste saiu como esperado: o carro acelerou em alta velocidade e, então, abruptamente, brecou, sujeitando o corpo de Stapp a uma enorme força que, de acordo com as testemunhas, quando ele saiu do trenó seus olhos estavam vermelhos e seu nariz sangrava.

O que é lei de murphy

Os documentos da Força Aérea relatam que o corpo de Stapp deve ter aguentado uma força equivalente a 40 vezes a potência da gravidade, mas ninguém soube ao certo, porque os 16 sensores não funcionaram — todos deram zero ao final do teste.

Quando Murphy examinou o equipamento para ver o que tinha saído errado, ele descobriu que o técnico que havia instalado os sensores tinha ligado todos eles para trás. Ou seja, por causa de um simples erro humano, a vida de Stapp correra risco em vão. Há vários relatos sobre o que o capitão disse em seguida, mas muitos dizem que, durante a bronca dada ao técnico, ele disse: “Se há algum jeito de fazer errado, você vai encontrá-lo”.

Seja lá o que ele tenha falado, de fato, na entrevista coletiva de Stapp, dias depois, ele citou o capitão dizendo que, “se exitem duas ou mais formas de fazer algo e um desses resultados é uma catástrofe, então alguém vai fazer exatamente do jeito errado”. Em meses, a expressão ficou conhecida na indústria aeroespacial estadunidense como “Lei de Murphy”.

A primeira versão da Lei de Murphy talvez nunca teria ficado conhecida para além dos participantes do Project MX981 se não tivesse tornado um dos princípios da engenharia aeroespacial. Os sensores nos equipamentos de Murphy falharam não apenas porque eles tinham instalado-os de costas, mas também porque eles podiam ser instalados do lado errado. Isto é: se eles tivessem sido projetado de uma forma em que apenas o lado certo completasse o sistema, eles jamais falhariam na primeira vez.

Dias depois, o próprio Murphy redesenhou os sensores de maneira que eles só se encaixassem no equipamento preso ao corpo dos voluntários de um lado, mas o problema persistiu. A Lei de Murphy é a razão pela qual, nos dias de hoje, plugues elétricos de duas pontas, como os que equipam modelos de microondas, fogão e geladeiras, agora são desenhados com um dente ligeiramente maior do que o outro, para que possam ser conectados da maneira certa.

A Lei de Murphy se tornou um princípio popular no meio da indústria aeroespacial, e dela se espalhou para o resto do mundo. Mas à medida que se espalhava, se tornava mais popular e mais pessimista, chegando ao estágio na qual conhecemos hoje: “se algo pode dar errado, dará errado”.

"Se alguma coisa pode dar errado, dará". Foi com essa frase que Edward Murphy, um capitão da Força Aérea Americana, "criou" a Lei universal que assombra até hoje os azarados.

Tudo começou em 1949, quando Edward Murphy era um dos engenheiros responsáveis por um projeto que testava os efeitos da desaceleração rápida em pilotos de aeronaves. Para conseguir fazer essa medição, ele construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos. O aparelho foi instalado por um técnico, mas ocorreu uma pane e Murphy foi chamado para consertar o equipamento. Só naquele momento, descobriu que a instalação estava toda errada. E adivinhe qual foi a frase dita por ele nesse momento? Exatamente, aquela com a qual iniciamos essa matéria. Depois disso, durante uma entrevista, a frase foi repetida e ganhou o mundo.

Mas embora a Lei de Murphy, sempre envolta em senso de humor, tenha se tornado praticamente uma lenda urbana e aparentemente seja uma verdade simples e indiscutível, existem algumas explicações científicas - principalmente ligadas à teoria da probabilidade - para diversas das teorias que compõem a Lei.

Outro fator extremamente importante que nos faz pensar que as coisas sempre dão errado é a nossa memória seletiva, que geralmente lembra apenas dos momentos em que a Lei de Murphy funciona. Quando tudo sai da maneira como deveria ser, nós quase nunca percebemos...

O que é lei de murphy

A chance do pão cair tanto com a manteiga voltada para baixo ou para cima é de 50%, fifty fifty! Tudo depende de uma série de fatores, como por exemplo, se você está em pé, sentado etc.

A queda é imprevisível, porém, na maioria das vezes a torrada cai de cima de uma mesa, onde está com a manteiga para cima. Se pensarmos na força da gravidade e na altura das mesas comuns, uma torrada não tem tempo - nem energia - suficientes para dar uma volta completa em seu próprio eixo, ou seja, precisaríamos de uma mesa de uns três metros de altura para ela completar o giro de 360º e cair da mesma maneira que estava em cima do móvel.

A fila do lado sempre anda mais rápido

O que é lei de murphy

Nem sempre é assim que funciona, geralmente é apenas impressão sua. O tempo é a variável igual para todos, mas uma coisa é o tempo físico e outra, o tempo percebido - aquela sensação de que o tempo demora para passar, por exemplo, quando são 17h e o seu expediente de sexta-feira acaba às 18h.

No caso da fila, a sensação de ser ultrapassado é mais significativa para o nosso cérebro do que a de deixar as outras pessoas para trás, ou seja, quando você ultrapassa vários carros no trânsito geralmente não percebe, mas quando sua fila para por alguns minutos tem a sensação de que todos os carros da cidade passaram por você enquanto estava parado.

O que é lei de murphy

Ok, estamos em uma época na qual o GPS é rei, mas quando usávamos guias de papel para encontrar o endereço, o destino estava sempre na junção das páginas, no local mais difícil de visualizar. Culpa do Murphy? Nem sempre.

Explicações matemáticas que unem a teoria da probabilidade e a geometria podem explicar. Pegue um mapa quadrado e isole as beiradas e a região em torno da dobra central. Considerando a área destacada e área total, os cálculos apontam que as chances de uma rua qualquer cair na "zona de Murphy" são de 52%.

Guarda-chuva que espanta a chuva

O que é lei de murphy

Quem nunca saiu de casa com aquele guarda-chuva gigante - e inconveniente - jurando que ia chover, mas acabou voltando para a casa com ele sequinho?

O que acontece é que a chuva é um fenômeno mais raro do que se imagina. Matematicamente, a chance de chover em determinado horário é sempre menor que a de haver sol ou apenas céu nublado. Então, mesmo que o serviço meteorológico preveja chuva para o dia seguinte, a possibilidade de que chova no exato momento em que você sair à rua é bem pequena.

E aí, sentiu-se um pouco menos azarado depois de ler essa matéria? Então pare de culpar Murphy por tudo de errado que acontece no seu cotidiano, afinal, o coitado também foi uma vítima da sua própria Lei!