A ceramica popular tem papel importante para a sociedade

Os primeiros artesãos surgiram no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica e a tecer fibras animais e vegetais. No Brasil, o artesanato também surgiu neste período.

Podemos pensar nos índios como os nossos mais antigos artesãos, já que, quando os portugueses descobriram o Brasil, encontraram aqui a arte da pintura utilizando pigmentos naturais, a cestaria e a cerâmica - sem falar na arte plumária, isto é, cocares, tangas e outras peças de vestuário ou ornamentos feitos com plumas de aves.

O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. O artesanato faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e características de cada região.

O artesão é aquele que, através da sua criatividade e habilidade, produz peças de barro, palha, tecido, couro, madeira, papel ou fibras naturais, matérias brutas ou recicladas, visando produzir peças utilitárias ou artísticas, com ou sem uma finalidade comercial. Ele trabalha sozinho ou com assistentes e tanto pode fazer peças únicas como trabalhos em série, contando ou não com a ajuda de ferramentas e mecanismos rudimentares ou semi-industriais.

São artesãos e artesãs: talhadores, gravadores, escultores, pintores, ceramistas, rendeiras, bordadeiras, tecelãs, aqueles que criam instrumentos musicais, bijuterias e peças de madeira para uso diário, cestas, gamelas, colchas de retalhos e brinquedos, entre outras coisas. Em muitos casos, quando os objetos produzidos não têm um caráter utilitário, isto é, são feitos apenas para serem apreciados, o artesanato se confunde com a arte.

Vamos ver brevemente alguns exemplos característicos do artesanato brasileiro.

Cerâmica e bonecos de barro

A cerâmica é uma das formas de arte popular e de artesanato mais desenvolvidas no Brasil. Dividida entre cerâmica utilitária e figurativa, essa arte feita pelos índios misturou-se depois à tradição barrista europeia, e aos padrões africanos, e desenvolveu-se em regiões propícias à extração de sua matéria-prima - o barro. Nas feiras e mercados do Nordeste, podem-se ver os bonecos de barro que reconstituem figuras típicas da região: cangaceiros, retirantes, vendedores, músicos e rendeiras. Os mais famosos são os do pernambucano Mestre Vitalino (1909-1963), que deixou dezenas de descendentes e discípulos.

A cerâmica figurativa destaca-se também nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina. Nos demais estados, a cerâmica é mais do tipo utilitária (potes, panelas, vasos etc).

Renda

A renda, presente em roupas, lenços, toalhas e outros artigos, têm um importante papel econômico nas regiões Norte, Nordeste e Sul. A chamada renda de almofada ou de bilros é desenvolvida pelas mãos das rendeiras que trabalham com uma almofada, um papelão cheio de furos, linha e bilros (pequenas peças de madeira semelhantes a fusos).

Trazida pelos portugueses e pelos colonos açorianos, esta técnica é um trabalho tradicional de vários pontos do litoral brasileiro. Os papelões são passados de geração a geração e alguns motivos são exclusivos de uma família. Apesar de a renda não ser um produto originalmente brasileiro, tornou-se um produto local através da aculturação.

Entalhando a madeira

A produção de entalhes em madeira é outra manifestação da cultura material brasileira, utilizada pelos índios nas suas construções, armas e utensílios, embarcações e instrumentos musicais, máscaras e bonecos. A arte e o artesanato em madeira produzem objetos diversificados com motivos como a natureza, o universo humano e a fantasia.

As carrancas, ou cabeças-de-proa, muito conhecidas no Rio São Francisco, são figuras reais ou mitológicas, com formas humanas ou de animais, geralmente com expressões de ira, que os navegantes costumam colocar na frente de suas embarcações, para afugentar os maus espíritos. Utensílios como cocho, pilão, gamela e móveis simples e rústicos, também são produzidos artesanalmente. Podemos citar ainda outras produções, tais como: engenhos, moendas, toneis, e carroças. Mas o maior produto artesanal em madeira - contando com poucas partes de metal - é com certeza o carro de bois.

Cestas e trançados

A arte de trançar fibras, deixada pelos índios, inclui esteiras, redes, balaios, chapéus, peneiras e outros. Quanto à decoração, os objetos de trançados possuem uma imensa variedade, explorada através de formas geométricas, espessuras diferentes, corantes e outros materiais. Os índios possuem grande habilidade para tecelagem, já que sua prática e conhecimento dos trançados e cestarias é bastante desenvolvida. No artesanato de cestas e trançados, destacam-se as tribos do alto Amazonas e Solimões, influenciados pelos povos andinos.

Na confecção manual de tecidos, utilizam-se dois processos, o vertical e o horizontal. O vertical foi um processo que muito difundiu-se entre os índios amazônicos e mato-grossenses, utilizando o processo para produção de redes. As combinações de fios podem produzir diferentes texturas, com efeitos de alto e baixo relevo. É padronizada em geral por motivos geométricos e linhas retas. Apenas tecelões da Bahia produzem o chamado "pano-da-costa", que oferecem padrões figurativos. Alguns padrões geométricos são conhecidos como: xadrez, pé de gato, redemoinho, tamborete, flor de aurora, olho de perdiz, caracol, mosquitinho e quadrinho.

O Estado do Mato Grosso produz redes de intenso colorido através da técnica de "lavrado". O Maranhão, produz as mesmas redes com finos acabamentos. O Pará e o Amazonas apresentam em sua produção, ricas redes de tucum, espécie de linho do vale. Na cestaria do Norte e Nordeste, os materiais mais usados são: palha, cipó, tucum, taboca, buriti, carnaúba, vime e taboa. Na Bahia, em especial, também se usa a piaçaba.

Artesanato indígena

Cada grupo ou tribo indígena tem seu próprio artesanato. Em geral, a tinta usada pelas tribos é totalmente natural, vinda de árvores ou de frutos. Os adornos e a arte plumária são outro importante trabalho indígena.

A grande maioria de tribos desenvolve a cerâmica e a cestaria. Os cestos são, em sua maioria, feitos a partir de folhas de palmeiras e usados para guardar alimentos. Já na cerâmica, são produzidos vasos e panelas de barro modelado. Para a música, usada como passatempo ou em rituais sagrados, os índios desenvolveram flautas e chocalhos.

O artesanato é a maior expressão cultural popular de um povo, é o que é feito com muita tradição pelas mãos da gente de um lugar, é uma expressão de arte, uma expressão cultural, uma expressão no nível social e interfere em muitas das camadas da sociedade.

Um artesão é um artista que muitas vezes não recebe o credito que merece por suas obras, temos um costume de não valorizar a a arte popular com tanto crédito como valorizamos outros tipos de arte, o que é uma pena, ainda mais em um país como o Brasil, tão rico em expressão cultural, tão rico em tantas variadas vertentes.

De norte a sul no país existem inúmeros artistas conhecidos ou anônimos, a grande maioria é digna de um sucesso de renome mundial, mas passa uma vida confinado à pequenas camadas sociais. O sistema brasileiro, a cultura brasileira não dá uma grande assistência ou apoio a arte popular, a nossa sociedade tem uma barreira ainda, em pleno século XXI em dar destaque ao que realmente é nosso.

A ceramica popular tem papel importante para a sociedade
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O conceito de artesanato está ligado ao trabalho manual, principalmente valorizando as matérias primas naturais, que não sofrem grandes processos de transformações, tais como os produtos industrializados. Por esse motivo é um trabalho delicado, que requer muito tempo de dedicação ou preparação, portanto, lembre-se ao adquirir uma peça de artesanato, que essa peça não é somente o produto material que você vê ali, mas é também o produto do tempo, o produto de muitos detalhes e muito cuidado, por isso o valor da mão de obra em uma pesa de um artesão é tão importante e também simbólico.

O aspecto cultural de um povo é a própria história vivida deste povo, é a história sendo colocada em prática. O trabalho de um artesão é muito importante pois evidencia esses fatores as vezes negligenciados e que são tão importantes para a população em geral.

O artesanato é a soma de todos os elementos de uma região, é a soma de muitas figuras representantes de um lugar, todos esses pedacinhos, todas essas parcelas formam uma unidade, a qual cada pedacinho foi construído ao longo do tempo.

A ceramica popular tem papel importante para a sociedade
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O artesanato como expressão de cultura ainda dá voz a parcelas mais esquecidas e marginalizadas da sociedade, passa uma mensagem de pessoas que por tantas vezes não tem voz ativa, não tem nem a oportunidade de se expressar e essa é própria função da arte como um todo e em todas as suas esferas, comunicar, passar uma mensagem, contar uma história, trazer elementos do passado, com pontos relacionados à esperança de um futuro.

O artesanato como um fator econômico é um salva vidas social, a grande maioria dos artesãos no nosso país são de classe social mais baixa, classe média e classe baixa, falando no sentido econômico. Dessa forma a produção do seu trabalho manual, acaba que se mostra como uma alternativa a muitas famílias que não tem outras oportunidades. É aquele complemento no final do mês quando acaba o dinheiro do salário, é aquele doce que você consegue comprar a mais quando vende uma peça que produziu.

É preciso saber a importância do artesanato como fator social, uma vez que no Brasil, onde o trabalho informal movimenta grande parte do dinheiro do país, uma grande parcela de famílias depende deste tipo de trabalho, depende da valoração deste tipo de produto.

Muitas vezes os produtos de artesãos populares são vendidos muito abaixo do preço justo que mereciam, isso por falta de estimulo cultural que existe em terras brasileiras, portanto, o dinheiro produzido pelas mãos desses artistas poderia ser muito maior. Uma vez que há milhões de artesãos, seriam milhões de reais movimentados a mais, o que poderia ser um verdadeiro boom positivo na economia do país, pensa em quanto dinheiro nosso país perde em movimentação apenas por não termos uma cultura de estimulo aos nossos artistas? Muito. O que podemos fazer é sempre incentivar o artista, o artesão, o produtor local, vamos incentivar a economia regional e assim contribuir para que haja um incremento econômico por aqui.

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