A biodiversidade pode ser definida, de maneira resumida, como a riqueza de espécies de um ecossistema. Esse conceito relaciona-se com o número de espécies de um local mas também com a variação entre organismos da mesma espécie e sua abundância. Utilizado como sinônimo de diversidade biológica, o conceito de biodiversidade é essencial na ecologia e utilizado desde a década de 1980. Show Atualmente ouvimos falar muito da biodiversidade, principalmente da sua perda. Com o aumento das cidades e da atividade humana, muitos ambientes são destruídos e as mudanças climáticas tornam-se uma realidade cada vez mais inevitável. Com isso, temos uma redução da biodiversidade, que desencadeia prejuízo para o meio ambiente e até mesmo para a economia. Leia também: Aquecimento global e a biodiversidade Biodiversidade é um termo que designa a variedade de seres vivos de uma região, bem como a variação dos organismos dentro da mesma espécie. O termo em questão foi utilizado pela primeira vez em 1986, no 1º Fórum Americano Sobre Diversidade Biológica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA (National Research Council, NRC, em inglês), pelo entomologista E. O. Wilson. Ele foi cunhado como sinônimo da expressão “diversidade biológica”, já utilizada. A diversidade biológica está definida na “Convenção sobre diversidade biológica”, que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, “é um tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente”. Nesse documento, a diversidade biológica é definida da seguinte forma:
Quando falamos em biodiversidade, devemos ter em mente, portanto, que ela existe em todos os locais do globo. Em algumas regiões do planeta, temos uma maior biodiversidade, sendo esse o caso de florestas tropicais. Em outras, como as regiões de deserto, ela é reduzida, porém ainda existente. Segundo a World Wide Fund for Nature (WWF), “entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da 'megadiversidade': aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui”. Principais ameaças à biodiversidadeA ação do homem impacta negativamente os outros seres vivos, provocando, por exemplo, extinções e perda de habitat. Dentre as principais ameaças atuais à biodiversidade, podemos citar: Leia mais: Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN Importância da preservação da biodiversidadeTodas as espécies do mundo são importantes e garantem o equilíbrio dos ecossistemas. Uma espécie completamente extinta de um local causa grandes impactos naquele ecossistema, uma vez que as espécies interagem entre si e também com o ambiente em que vivem. O impacto mais conhecido, sem dúvidas, ocorre na cadeia alimentar daquele local. Imagine, por exemplo, que um herbívoro é extinto. Essa ação tem impacto direto na população de plantas que servem de alimento para esse animal bem como nos organismos carnívoros que dele se alimentam. Além da importância ambiental da biodiversidade, temos a importância econômica. Como sabemos, animais, plantas e vários micro-organismos são utilizados na fabricação de alimentos, cosméticos e até mesmo de medicamentos. A biodiversidade, ainda, apresenta, de acordo com a “Convenção sobre diversidade biológica”, valor genético, social, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Dia Internacional da BiodiversidadeO Dia Internacional da Biodiversidade é comemorado no 22 de maio e foi uma data instituída pela Organização das Nações Unidas. Todos os anos, um tema é escolhido a fim de conscientizar a população em geral a respeito da necessidade de proteger-se a diversidade de vida do nosso planeta. A data também é um momento para que possamos refletir sobre as nossas ações diárias e como podemos impactar negativamente as outras espécies. Cadeia alimentar é uma sequência de seres vivos em que um serve de alimento para outro. Nessa rota, a energia e a matéria dos alimentos são transferidas de um nível para outro. Cada ser vivo é essencial para a cadeia alimentar, e a eliminação de um desses organismos no ecossistema pode levar ao desequilíbrio ambiental, afetando toda a cadeia. Níveis tróficos da cadeia alimentarNas cadeias alimentares, observamos a relação de alimentação existente entre os diferentes seres vivos de um ecossistema. A posição que cada ser vivo ocupa nessa cadeia recebe o nome de nível trófico. Produtores, consumidores e decompositores são os diferentes níveis tróficos observados nesse esquema. Os organismos produtores são o primeiro nível trófico observado em uma cadeia alimentar. Organismos desse nível são classificados como autotróficos, ou seja, são seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento, não sendo necessário alimentar-se de outro ser vivo. As plantas e algas são organismos classificados como produtores. Saiba mais: Fotossíntese: processo de captura e transformação de energia feito por organismos produtores Os consumidores, como o próprio nome indica, são seres vivos que se alimentam de outros seres vivos para conseguirem a energia e os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Organismos consumidores são, portanto, heterotróficos. Os organismos consumidores podem ser ainda classificados em primários, secundários, terciários, quaternários e assim sucessivamente. Entretanto, é importante destacar que as cadeias tendem a não ser muito grandes, sendo geralmente observadas cinco ou menos ligações. Entre as hipóteses que explicam por que as cadeias não se estendem muito está a hipótese energética, que sugere que o tamanho é limitado devido à baixa eficiência na transferência de energia. Os consumidores primários são aqueles que se alimentam do produtor. No esquema anterior, o consumidor primário é o gafanhoto. O organismo que se alimenta do consumidor primário é chamado de consumidor secundário. No exemplo, esse é o sapo. O consumidor terciário é aquele que se alimenta do secundário, como é o caso da cobra alimentando-se do sapo. Se no exemplo algum organismo estivesse alimentando-se do consumidor terciário, esse seria chamado de consumidor quartenário, e assim sucessivamente. Os decompositores são organismos que participam da cadeia alimentar realizando a decomposição da matéria orgânica, e atuam em todos os níveis tróficos. Assim como os consumidores, os decompositores são heterotróficos. São exemplos de organismos decompositores os fungos e as bactérias. Saiba mais: Tempo de decomposição do lixo Fluxo de energia na cadeia alimentarA maior parte da energia que entra em um ecossistema é proveniente da radiação solar. Os organismos produtores que realizam fotossíntese absorvem energia solar e fixam-na em energia química. Quando os consumidores alimentam-se dos produtores, parte dessa energia segue para esses organismos, que, ao servirem de alimento para outros seres vivos, também lhes passam parte da energia. Esta, portanto, flui, em um sentido unidirecional, passando de um nível inferior para um superior. A cada nível, no entanto, há uma perda de parte da energia. As plantas, por exemplo, transformam a energia solar em química, porém utilizam parte dessa energia inicial para o processo de respiração. Portanto, apenas parte dela estará disponível para o nível seguinte, sendo esse um dos motivos pelos quais as cadeias alimentares não se alongam muito. Cadeia e teia alimentarQuando falamos em cadeias alimentares, referimo-nos a uma sequência de seres vivos que servem de alimento para outros. A teia, por sua vez, é a conexão de cadeias alimentares. As teias são uma melhor forma de compreender o funcionamento de um ecossistema, uma vez um organismo, na maioria dos casos, não apresenta apenas um tipo de presa. Outro ponto importante a ser destacado é que, ao analisarmos uma cadeia alimentar, verificamos que um ser vivo ocupa apenas um nível trófico específico. Na teia alimentar, por sua vez, um mesmo organismo pode ocupar níveis diferentes. Os animais onívoros, por exemplo, ao alimentarem-se de vegetais, são classificados como consumidores primários e, ao alimentarem-se de herbívoros, como consumidores secundários. Caso tenha mais interesse pelo assunto, leia nosso texto: Cadeia e teia alimentar. Saiba mais: O que é cadeia trófica? Como a introdução e a extinção de espécies afetam a cadeia alimentarAs cadeias alimentares mostram as relações de alimentação existentes em um determinado ecossistema. Quando uma nova espécie é acrescentada a esse local, essa pode causar desequilíbrios no ambiente. Caso não encontre alimento disponível naquela região, poderá rapidamente morrer e ser eliminada. Caso encontre-o, pode desencadear a competição com outro ser vivo, o que é prejudicial para o equilíbrio do ecossistema. Essa nova espécie introduzida pode também não ter predadores naturais e multiplicar-se de maneira excessiva, caso o ambiente seja favorável, o que pode levar à redução drástica de suas presas. Verificamos, portanto, que a introdução de uma nova espécie pode afetar negativamente as relações de alimentação naquele local. Outra situação conhecida é a extinção de uma espécie. Imaginemos, por exemplo, uma cadeia alimentar simples que envolve uma planta, um roedor, uma serpente e um gavião. Caso a serpente seja eliminada do ambiente, o gavião ficará sem alimento. Em contrapartida, o roedor pode multiplicar-se de maneira excessiva, devido à falta de predadores, o que poderá causar a diminuição de plantas no local. Com o tempo, a redução do número de plantas também impactará o roedor, que ficará sem alimento. Podemos perceber, portanto, que cada ser vivo é essencial para o equilíbrio do ecossistema. Leia também: Animais em extinção Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos |