A que podemos comparar o amor de jesus

Seus olhos são como chama de fogo, há paixão em seu coração e vivemos Coram Deo. Há amor indescritível que nos aproxima ao invés de nos causar afastamento. Quando descobrimos a verdade intensa do coração de Deus, entendemos que podemos ser inteiros diante Dele, movidos pelo Espírito em tudo o que fizermos, e tudo, exatamente tudo em nossas vidas se tornará adoração. Se tornará em alegria plena e satisfação em Jesus. Nós O percebemos em nossa jornada, tanto nos dias felizes como nos dias tristes.

Este amor nos comove e nos envolve, destrói a culpa e nos chama a viver em liberdade. Passamos a ver através dos seus olhos de amor e a sentir através de seu coração apaixonado que fez tudo por nós. Tão radical que se fez justiça na cruz. Para que pudéssemos ter acesso a Ele e vivermos em Sua presença.

Jesus se tornou homem como nós. Apesar de ser Deus, se despiu de sua glória. O Varão perfeito nos chama pelo nome. Ele nos conquista em amor. Não deseja nos transformar em seres angelicais e sim nos ensinar a ser manso como Ele é. Jesus nos criou para seu deleite.

“Nunca mais te chamarão Desampara… mas chamar-te-ão minha delícia… porque o Senhor se delícia em ti…” Isaías 62.4

Coram Deo – Diante da Face de Deus

Coram Deo é um termo latino cunhado nos primórdios da Igreja Cristã na Reforma Protestante, literalmente significa “viver diante da Face de Deus.” É a essência da fé cristã. É o nosso chamado mais sublime. Pois propõe que tudo o que façamos, façamos para o louvor Daquele que nos chamou da morte para a vida.

Porém, é preciso compreender que Deus não deseja apenas que levantemos as nossas mãos em adoração e as nossas vozes em louvor. É além disso, somos chamados para o amor. Não é este o primeiro mandamento? Amar a Deus sobre todas as coisas? O Senhor deseja um amor sincero que seja dado de todo o coração, alma e força. Isso não é mecânico e nem feito por cobrança ou obrigação. Jesus derramou sua vida na cruz para que tivéssemos a liberdade de viver diante de Sua Presença – Coram Deo.

O Amor de Deus é a Fonte

O amor de Deus é a fonte de toda alegria, paz e esperança. Quando nos deparamos com as dimensões desse amor tão profundo e tão grande, há uma conexão dinâmica que nos leva a vivermos plenamente diante de Sua Face, em tudo o que somos e em tudo o que fazemos.

Paulo frisa muito bem essa verdade em sua carta aos Efésios. Ele ora para que seja possível compreender as dimensões desse amor tão profundo de Deus. E que a medida que entendamos, caminhemos na plenitude dessa realidade. Oh! Amados! Isso não é tão maravilhoso?

“Por essa causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem tomo o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomado de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3.14-19

Entre o sagrado e o secular

O Evangelho precisa estar conectado com cada área da vida. É necessário desvencilharmos de toda dicotomia entre sagrado e secular. Tudo o que fazemos se torna santo se realizado para a glória de Deus e de acordo com os princípios bíblicos estabelecidos em sua Palavra.

Um pastor pregando em um púlpito não é mais digno ou mais santo que um engenheiro, um médico, um juiz ou uma dona de casa cumprindo suas funções. E mais ainda, vivendo a vocação em que foram chamados para frutificar. Não sei se conhece a história do irmão Lourenço, um ex-combatente de guerra que passou parte da vida em um mosteiro praticando a Presença de Deus em tudo o que fazia. Ele mantinha em seu espírito uma conversa interna com o Senhor em todos os instantes, elevando os pensamentos a Jesus o tempo todo.

A verdade é que não podemos fugir do Senhor. Mesmo assim acabamos por compartimentar as coisas que “julgamos” ser santas e as que são do “mundo”. Às que fazemos na igreja e a que realizamos em nosso trabalho “secular”, e aí mora o grande problema. Para os que entendem Coram Deo, não há secular, tudo é santo, é tudo vivido para a Glória de Deus e dentro de um relacionamento de intimidade com o Senhor. Oremos para que Ele confirme as obras de nossas mãos, nossas vocações e chamados.

“Seja sobre nós, a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.” Salmo 90.17

Vivendo de forma proposital

Assim como o irmão Lourenço, podemos ser propositais na dinâmica do nosso relacionamento com Cristo. Ou será que fingimos que Deus está distante de nós e não nos vê quando estamos fora do gueto cristão? Tudo que não podemos fazer é fugir da presença de Deus. Por mais que não sintamos, Ele continua sendo onipresente e onisciente. E mesmo quando pecamos, Jesus nos vê.  E manifesta graça sobre nós nos levando ao arrependimento.

Ao iniciar este artigo, meu coração parecia que iria explodir de contentamento. Há alegria extrema quando aprendemos a viver cada área de nossas vidas em Cristo. E, é a esse profundo relacionamento que Ele nos chama. Ele quer participar da história que está escrevendo para cada um de nós na vida que Ele nos deu de graça para vivermos. Ele é nosso Senhor, mas também nos chama de amigos e nos conta tudo que o Pai tem falado.

“Vos sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho vos-chamado amigos, porque tudo o quanto ouvi do meu Pai vos tenho dado a conhecer.” João 15.14-15

Nada nos separará do amor de Cristo

A vida pode ser tão intensa e plena quando nos jogamos nos braços amorosos de Jesus. E aprendemos a andar com Ele em TUDO. Nada pode nos separar do Seu amor. Nem anjos, nem demônios e mesmo terríveis circunstâncias.

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? … Porque estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8.35,38-39

Ungido com o óleo de alegria

“Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.” Hebreus 1.9

Jesus foi ungido com o óleo de alegria. Quando gradativamente a profundeza do Seu amor é desvelada ao nosso espírito, somos intensamente transformados. Quando entendemos essa verdade, lutar contra o pecado se torna um problema de menor impacto. Porque a alegria de seu amor nos dá força e vigor pra resistirmos. Se vivemos diante de Sua Face e propositalmente o incluirmos em tudo, simplesmente seremos envolvidos de alegria porque haverá confiança n’Ele. E se confiamos que somos aceitos e amados, então vivemos plenamente e com liberdade. Em crescente alegria prosseguiremos Coram Deo e tudo Lhe ofereçamos como fruto desse amor e confiança. Do trabalho ao fôlego de vida.

Inteireza de coração, estímulo de fé, temor do Senhor

A verdade é que quanto mais conhecemos o caráter de Jesus, as profundezas de Seu amor e Sua alegria intrínseca, sentimo-nos estimulados em viver Coram Deo. Saber que a vida diante Dele pode ser uma incrível aventura apesar de todos os desafios e temores que tentam nos abalar. Isso não estimula nossa fé? Esse convite para a intimidade?

O temor do Senhor nos afasta do pecado e podemos viver em integridade diante de quem Jesus É. Diante de Deus e dos homens podemos ser testemunhas vivas de Sua glória. A vida pode ser intensa e plenamente bela se vivermos em integridade de coração e esse é o nosso chamado. Vamos romper com as dicotomias que nos foram ensinadas e ofereçamos a Jesus cada área de nossas vidas e cada partícula do nosso ser. Nosso trabalho, inspirações, sonhos e alegria. Ele é nossa esperança e a Eternidade começa agora se propositalmente vivermos para Ele a Sua glória, e com Ele.

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” 1 Coríntios 10.31

Conte-nos como tem sido a experiência de viver Coram Deo? No que você tem trabalhado? Vamos amar saber o que Deus tem feito em sua vida.

Capítulo 24: Seguir o Exemplo de Jesus Cristo

Capítulo 24

“Perguntemo-nos em cada oportunidade: ‘O que Jesus faria?’ e tenhamos mais coragem para agir de acordo com a resposta.”

O Presidente Thomas S. Monson, que era o Segundo Conselheiro do Presidente Hunter, disse que ele “vivia o que ensinava, segundo o padrão do Salvador, a quem servia”.1

Um amigo dele muito próximo observou que “as características exemplificadas por nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, foram lindamente demonstradas pela vida admirável e altruísta do Presidente Hunter. Tinha amor por toda a humanidade”.2

Outro colega que trabalhou muito perto do Presidente Hunter por mais de 30 anos disse: “[Ele] sabia instintivamente o curso que devia seguir. Esse curso era seguir o caráter de seu Salvador, Jesus Cristo”.3

Por todo o seu ministério, o Presidente Hunter incentivou amorosamente os membros da Igreja a imitarem o exemplo do Salvador. Em seu primeiro discurso como Presidente da Igreja, ele disse:

“Gostaria de convidar todos os membros da Igreja a seguirem com mais atenção o exemplo da vida de Jesus Cristo, especialmente no que tange ao amor, à esperança e à compaixão que Ele demonstrou.

Oro para que nos tratemos uns aos outros com mais bondade, paciência, cortesia e perdão. Temos grandes expectativas com relação uns aos outros e todos podemos melhorar. Nosso mundo pede que vivamos mais disciplinadamente os mandamentos de Deus. Mas a maneira de fazer isso, como o Senhor disse ao Profeta Joseph nas frias profundezas da Cadeia de Liberty, é ‘com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido (…) sem hipocrisia e sem dolo’ (D&C 121:41–42)”.4

“Se quisermos seguir o exemplo de Cristo e seguir Seus passos, precisamos fazer as mesmas coisas segundo o padrão que Ele estabeleceu.”

1

Jesus Cristo é o exemplo perfeito para nós.

Ser uma luz é ser exemplar — alguém que dá o exemplo e é o modelo que outros devem seguir. (…) [Fizemos o convênio] de seguir a Cristo, o grande exemplo. Temos a responsabilidade de aprender com Ele as coisas que Ele ensinou e as coisas que Ele fez durante Seu ministério terreno. Depois de aprender essas lições, estamos sob o mandamento de seguir Seu exemplo, e estes são alguns dos exemplos que Ele deixou para nós:

1. Cristo foi obediente e valoroso na vida pré-mortal, ganhando, assim, o privilégio de vir à mortalidade e receber um corpo de carne e ossos.

2. Foi batizado a fim de que os portões do Reino Celestial pudessem se abrir.

3. Portou o sacerdócio e recebeu todas as ordenanças de salvação e exaltação proporcionadas pelo evangelho.

4. Jesus serviu por aproximadamente três anos, em um ministério de ensino do evangelho, prestando testemunho da verdade e ensinando aos homens o que deveriam fazer para ter alegria e felicidade nesta vida e glória eterna no mundo vindouro.

5. Realizou ordenanças que incluíram bênção de crianças, batismos, ministração aos enfermos e ordenações ao sacerdócio.

6. Realizou milagres. A seu comando, a visão voltou ao cego; a audição, ao surdo; a capacidade de andar e saltar, ao coxo; e a vida, a quem estava morto.

7. Em conformidade com a mente e a vontade do Pai, Jesus viveu uma vida perfeita, sem pecado algum e possuía todos os atributos divinos.

8. Venceu o mundo, isto é, refreou todas as paixões e manteve-Se acima do plano carnal e sensual, de maneira que viveu e andou sob a orientação do Espírito.

9. Levou a efeito a Expiação, resgatando dessa forma os homens da morte [física e espiritual] causada pela Queda de Adão.

10. Hoje, ressuscitado e glorificado, recebeu todo o poder nos céus e na Terra, e recebeu a plenitude do Pai, sendo um com Ele.

Se quisermos seguir o exemplo de Cristo e seguir Seus passos, precisamos fazer as mesmas coisas segundo o padrão que Ele estabeleceu.5

É importante lembrar que Jesus era capaz de pecar, que ele poderia ter sucumbido, que o plano de vida e salvação poderia ter sido frustrado, mas Ele permaneceu fiel. Se não tivesse havido nenhuma possibilidade de Jesus ceder às tentações de Satanás, não teria havido um teste verdadeiro, não teria havido uma vitória genuína no final. Se Ele tivesse sido despojado da faculdade de pecar, teria sido despojado do Seu próprio arbítrio. Era Ele quem tinha vindo para salvaguardar e assegurar o arbítrio do homem. Era Ele quem tinha de reter a capacidade e habilidade de pecar se quisesse.6

Até o derradeiro instante de Sua vida mortal, Jesus demonstrou a grandeza de Seu espírito e a magnitude de Sua força. Não Se deixou, mesmo nessa hora tardia, envolver egoisticamente pela própria tristeza ou pela contemplação da dor iminente. Cuidou com ansiedade das necessidades presentes e futuras de Seus amados seguidores. Ele sabia que a segurança deles, tanto individual quanto da Igreja como um todo, repousava somente em sua capacidade incondicional de se amarem uns aos outros. Sua inteira energia parece ter sido devotada às necessidades deles, mostrando, assim, pelo exemplo, o que ensinava por preceito. Deu-lhes palavras de consolo, mandamento e advertência.7

Durante Seu ministério mortal ao rebanho da Terra Santa e, após a morte, em Seu ministério no Hemisfério Ocidental às ovelhas dispersas, o Senhor demonstrou amor e preocupação com o indivíduo.

Certa vez, no meio de uma grande multidão, Ele percebeu o toque único de uma mulher que procurava alívio para uma enfermidade que a atormentava havia 12 anos (ver Lucas 8:43–48). Em outra ocasião, Ele enxergou além do preconceito de uma multidão acusadora e do pecado daquela que era acusada. Talvez percebendo o desejo dela de arrepender-se, Cristo preferiu ver o valor do indivíduo e mandou-a embora, dizendo-lhe que não mais pecasse (ver João 8:1–11). Outra vez, “pegou as criancinhas, uma a uma, e abençoou-as e orou por elas ao Pai” (3 Néfi 17:21; grifo do autor).

Com a rápida aproximação dos sofrimentos do Getsêmani e do Calvário, com muitas coisas pesando-Lhe na mente, o Salvador ainda teve tempo para notar uma viúva dando sua oferta (ver Marcos 12:41–44). Da mesma forma, Seu olhar deteve-se em Zaqueu, homem de baixa estatura que, impossibilitado de ver, devido ao tamanho daqueles que cercavam o Salvador, subiu em uma árvore para poder enxergar o Filho de Deus (ver Lucas 19:1–5). E, enquanto agonizava na cruz, o Salvador esqueceu-Se dos próprios ferimentos e voltou-Se cheio de cuidado e carinho para a mulher que lhe dera a vida e que chorava (ver João 19:25–27).

Que exemplo maravilhoso para nós! Mesmo em meio a enorme sofrimento e dor pessoal, nosso grande Exemplo voltava-Se para os outros a fim de abençoá-los. (…) Sua vida não se centralizou nas coisas que não possuía; foi uma vida de serviço e preocupação com as pessoas.8

2

Que sigamos o Filho de Deus de todas as formas e em todos os caminhos da vida.

Uma das perguntas mais importantes já elaboradas para os homens mortais foi feita pelo próprio Filho de Deus, o Salvador do mundo. A um grupo de discípulos no Novo Mundo, que ansiava ser ensinado por Ele e que estava mais ansioso porque Ele partiria em breve, Jesus perguntou: “Que tipo de homens devereis ser?” E no mesmo fôlego, Ele deu a resposta: “Como eu sou” (3 Néfi 27:27).

O mundo está cheio de pessoas dispostas a dizer-nos: “Faça o que eu digo”. Certamente não faltam pessoas que gostam de dar conselhos a respeito de todo tipo de assunto. Mas há bem poucos preparados para dizer: “Faça o que eu faço”. E, naturalmente, apenas Um na história da humanidade pode legítima e adequadamente fazer essa declaração. A história nos dá muitos exemplos de bons homens e boas mulheres, porém mesmo o melhor dos mortais é imperfeito de alguma forma. Nenhum deles é um modelo perfeito ou um padrão infalível a ser seguido apesar da boa intenção que possa ter.

Somente Cristo pode ser nosso ideal, nossa “resplandecente estrela da manhã” (Apocalipse 22:16). Somente Ele pode dizer sem qualquer restrição: “Segui-me, aprendei de mim, fazei as coisas que me vistes fazer. Bebei da minha água e comei do meu pão. Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Eis que eu sou a lei e a luz. Olhai para mim e vivei. Amai-vos uns aos outros como eu vos amo” (ver Mateus 11:29; 16:24; João 4:13–14; 6:35, 51; 7:37; 13:34; 14:6; 3 Néfi 15:9; 27:21).

Oh, que chamado claro e ressoante! Que segurança e que exemplo, em uma época de insegurança e falta de exemplos. (…)

Ó quanto deveríamos ser gratos por Deus ter enviado o Filho Unigênito à Terra (…) para estabelecer o exemplo perfeito de um viver correto, de bondade, misericórdia e compaixão, para que toda a humanidade pudesse saber como viver, saber como melhorar e como tornar-se mais semelhante a Deus.

Que sigamos o Filho de Deus de todas as formas e em todos os caminhos da vida. Façamos Dele nosso padrão e nosso guia. Perguntemo-nos em cada oportunidade: “O que Jesus faria?” e tenhamos mais coragem para agir de acordo com a resposta. Devemos seguir a Cristo, no melhor sentido da palavra. Devemos cuidar da Sua obra da mesma forma que Ele cuidou dos negócios do Pai. Devemos ser iguais a Jesus, como cantam as crianças da Primária em “Jesus Criança Já Foi Também” (Músicas para Crianças, p. 34). Até onde nossos poderes mortais permitirem, devemos esforçar-nos por nos tornar como Cristo — o único exemplo perfeito e sem pecado que este mundo já viu.9

Por diversas vezes, durante o ministério mortal de nosso Senhor, Ele fez um chamado que era ao mesmo tempo um convite e um desafio. A Pedro e seu irmão, André, Cristo disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19). Ao jovem rico que perguntou o que deveria fazer para ter vida eterna, Jesus respondeu: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres (…) e vem, e segue-me” (Mateus 19:21). E, a cada um de nós, diz: “Se alguém me serve, siga-me” (João 12:26).10

Que estudemos todos os ensinamentos do Salvador e sigamos mais plenamente o Seu exemplo. Ele nos deu “tudo o que diz respeito à vida e piedade”. Ele nos “chamou pela sua glória e virtude” e “nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas [fiquemos] participantes da natureza divina” (II Pedro 1:3–4).11

Aqueles que seguem a Cristo procuram seguir Seu exemplo. O sofrimento Dele por nossos pecados, defeitos, nossas tristezas e doenças deve motivar-nos similarmente a estender nossa caridade e compaixão àqueles que nos rodeiam. (…)

Continuem a procurar oportunidades de servir. Não se preocupem demasiadamente com a própria condição social. Lembram-se do conselho do Salvador quanto às pessoas que buscam “os primeiros lugares nas ceias” ou as “primeiras cadeiras nas sinagogas”? “O maior dentre vós será vosso servo” (Mateus 23:6, 11). É importante sermos apreciados, mas devemos concentrar-nos na retidão, não no reconhecimento; no serviço, não na posição social. A professora visitante fiel, que faz silenciosamente seu trabalho mês após mês, é tão importante para a obra do Senhor quanto aqueles que ocupam o que alguns veem como posições mais proeminentes na Igreja. A popularidade não se compara ao valor real.12

Uma das maneiras pelas quais podemos padronizar nossa vida pelo exemplo do Salvador é seguir Seu mandamento a Pedro: “Apascenta os meus cordeiros. (…) Apascenta as minhas ovelhas” (João 21:15–17).

3

Nossa salvação depende do nosso compromisso de seguir o Salvador.

O convite do Senhor para segui-Lo é individual e pessoal, e é premente. Não podemos permanecer eternamente entre duas opiniões. Cada um de nós deve enfrentar a pergunta decisiva: “Quem dizeis que eu sou?” (Mateus 16:15.) Nossa salvação pessoal depende de nossa resposta a essa pergunta e de nosso compromisso com a resposta. A resposta revelada a Pedro foi: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). Inúmeras outras testemunhas podem dar uma resposta idêntica com o mesmo poder, e junto-me a elas em humilde gratidão. Mas cada um de nós deve responder a essa pergunta por si mesmo — se não agora, então mais tarde; porque, no último dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é o Cristo. Nosso desafio é responder corretamente e viver de acordo com a resposta antes que seja definitivamente tarde demais. Uma vez que Jesus é realmente o Cristo, o que devemos fazer?

Seu supremo sacrifício só pode encontrar total frutificação em nossa vida se aceitarmos o convite de segui-Lo (ver D&C 100:2). Esse chamado não é irrelevante, irreal nem impossível. Seguir um indivíduo significa observá-lo ou escutar atentamente o que ele diz, aceitar sua autoridade, considerá-lo um líder e obedecer a ele, apoiá-lo, defender suas ideias e tomá-lo como modelo. Cada um de nós pode aceitar esse desafio. Pedro disse: “Também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (I Pedro 2:21). Assim como são falsos os ensinamentos que não estão de acordo com a doutrina de Cristo, a vida que não se harmoniza com Seu exemplo é mal orientada e pode não atingir o elevado potencial de seu destino. (…)

A retidão deve começar em nossa própria vida, individualmente. Deve ser incorporada à vida familiar. Os pais têm a responsabilidade de seguir os princípios do evangelho de Jesus Cristo e ensiná-los aos filhos (ver D&C 68:25–28). A religião deve fazer parte de nossa vida. O evangelho de Jesus Cristo deve tornar-se a influência motivadora de tudo o que fazemos. Deve haver mais esforço interior para seguir o grande exemplo estabelecido pelo Salvador se quisermos tornar-nos mais semelhantes a Ele. Isso se torna o nosso grande desafio.13

Se pautarmos nossa vida pela do Mestre e adotarmos Seus ensinamentos e Seu exemplo como nosso padrão supremo, não encontraremos dificuldade para ser consistentes em todas as ocupações, pois estaremos comprometidos com um único e sagrado padrão de conduta e de crença. Quer em casa ou no supermercado, quer sejamos estudantes ou profissionais, quer estejamos totalmente sozinhos, quer em meio a uma multidão, nossa conduta será clara e nossos padrões serão óbvios. Teremos decidido, como diz o Profeta Alma: “Servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares [em que nos encontremos], mesmo até a morte” (Mosias 18:9).14

4

Devemos ter um lugar para Cristo.

Naquela noite, em Belém, não havia lugar para Ele na estalagem, mas essa não foi a única ocasião, nos 33 anos de Sua jornada na mortalidade, em que não houve lugar para Ele. Herodes enviou soldados a Belém para matar os bebês. Não havia lugar para Jesus nos domínios de Herodes e, assim, seus pais O levaram para o Egito. Em Seu ministério, muitos não tinham lugar em si para Seus ensinamentos, para o evangelho que Ele ensinava. Não havia lugar para Seus milagres, Suas bênçãos; não havia lugar para as verdades divinas que pregava, para Seu amor e Sua fé. Ele lhes disse: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).

Até em nossa época, embora 2 mil anos tenham-se passado, muitos dizem a mesma coisa que se ouviu naquela noite em Belém. “Não há lugar, não há lugar” (ver Lucas 2:7). Abrimos espaço para os presentes, mas às vezes não abrimos espaço para quem nos presenteia. Temos espaço para o comércio do Natal e até para atividades prazerosas no Dia do Senhor, mas há ocasiões em que não há espaço para a adoração. Nosso pensamento se enche de outras coisas — e não há mais lugar.15

Embora as luzes de Natal sejam um bonito espetáculo de se ver (…), é mais importante ver as vidas humanas iluminadas pela aceitação Daquele que é a luz do mundo (ver Alma 38:9; D&C 10:70). Em verdade, devíamos tê-Lo como nosso guia e exemplo.

Na noite em que Ele nasceu, os anjos cantaram: “Paz na terra, boa vontade para com os homens” (Lucas 2:14). Se os homens seguissem Seu exemplo, haveria amor no mundo e paz entre todos os homens.16

Qual é a nossa responsabilidade atualmente como membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias? É fazer com que nossa vida individual reflita em palavras e atos o evangelho como foi ensinado por nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Tudo o que dissermos e fizermos deve seguir o exemplo da única pessoa sem pecado que já andou sobre a Terra, sim, o Senhor Jesus Cristo.17

  • Leia novamente as várias maneiras como o Salvador deu Seu exemplo para nós, descritas na seção 1. Como o exemplo do Salvador influenciou você? O que podemos aprender com Seu exemplo durante a última parte de Sua vida mortal?

  • O Presidente Hunter nos aconselha a “perguntar a nós mesmos: ‘O que Jesus faria?’ e depois ter mais coragem de agir de acordo com a resposta” (seção 2). Pense em como você pode ser mais corajoso para seguir o exemplo do Salvador. Como podemos ensinar esse princípio em nossa família?

  • O que os ensinamentos da seção 3 nos ajudam a entender a respeito de seguir Jesus Cristo? De que maneira sua vida seria diferente se você não tivesse recebido a influência dos ensinamentos e do exemplo do Salvador? Como podemos tornar nossa religião mais presente em nossa vida?

  • Reflita sobre o que o Presidente Hunter diz a respeito de não haver “lugar” para o Salvador (seção 4). Como podemos abrir mais espaço para o Salvador em nossa vida? De que maneira você já foi abençoado por abrir mais espaço para Ele em sua vida?

Mateus 16:24–27; João 10:27–28; 14:12–15; I Pedro 2:21–25; 2 Néfi 31:12–13; 3 Néfi 12:48; 18:16; 27:20–22; D&C 19:23–24

Providencie hinários para todos os alunos. Convide-os a encontrar e compartilhar um hino que se relacione a passagens específicas que eles leram no capítulo.

Notas

  1. Thomas S. Monson, “President Howard W. Hunter: A Man for All Seasons” [Presidente Howard W. Hunter: Um Homem para Todas as Estações], Ensign, abril de 1995, p. 33.

  2. Jon M. Huntsman Sr., “A Remarkable and Selfless Life” [Uma Vida Notável e Altruísta], Ensign, abril de 1995, p. 24.

  3. Francis M. Gibbons, Howard W. Hunter: Man of Thought and Independence, Prophet of God [Howard W. Hunter: Homem de Ideias e Independência, Profeta de Deus], 2011, p. 152.

  4. Jay M. Todd, “President Howard W. Hunter: Fourteenth President of the Church” [Presidente Howard W. Hunter: Décimo Quarto Presidente da Igreja], Ensign, julho de 1994, pp. 4–5.

  5. The Teachings of Howard W. Hunter, comp. Clyde J. Williams, 1997, pp. 40–41.

  6. “As Tentações de Cristo”, A Liahona, fevereiro de 1977, p. 15.

  7. “Suas Horas Finais”, A Liahona, dezembro de 1974, p. 28.

  8. “A Igreja É para Todos”, A Liahona, agosto de 1990, p. 40.

  9. “Que Classe de Homens Devereis Ser?”, A Liahona, julho de 1994, p. 71; ver também “Ele Nos Convida a Segui-Lo”, A Liahona, outubro de 1994, p. 3; “Segui o Filho de Deus”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 97.

  10. “O Testemunho de um Apóstolo”, A Liahona, agosto de 1984, p. 22.

  11. “Grandíssimas e Preciosas Promessas”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 8.

  12. “Às Mulheres da Igreja”, A Liahona, janeiro de 1993, p. 102.

  13. “Ele Nos Convida a Segui-Lo”, p. 3; ver também “O Testemunho de um Apóstolo”, p. 22; Conference Report, outubro de 1961, p. 109.

  14. “Testemunhas de Deus”, A Liahona, julho de 1990, p. 66.

  15. The Teachings of Howard W. Hunter, pp. 41–42.

  16. The Teachings of Howard W. Hunter, pp. 44–45.

  17. The Teachings of Howard W. Hunter, p. 45.