O VAR só deve interferir no jogo quando há um ERRO CLARO da arbitragem. Show
A participação do VAR se resume em 4 situações:
1.1. Situações de Impedimento
1.1.1. Claramente impedido
Um jogador claramente impedido faz um gol confirmado pela arbitragem. Antes do reinício da partida, o VAR checa as imagens. Após constatar impedimento, informa ao árbitro, que anula o gol. Não há necessidade de verificação do árbitro central à beira do campo.
EX: Tevez faz gol em posição de impedimento nas oitavas de final Copa de 2010, no primeiro gol de Argentina 3 x 1 México
Gol da Argentina! Em lance confuso, Tévez abre o placar, aos 24 do 1º tempo
Um jogador está numa posição duvidosa de impedimento e faz o gol. O assistente não deverá levantar a bandeira até que a bola entre no gol, para não anular um possível gol legal. Posteriormente, levantará a bandeira caso ache que o atleta estava impedido no início da jogada. Após a checagem do VAR, o gol será confirmado ou não. Não há necessidade de verificação à beira do campo.
Exemplo: gol de empate da Rússia contra a Coreia do Sul na Copa de 2014
Gol da Rússia! Após bate rebate, Kerzhakov empata aos 28 do 2º tempo
1.1.3. Dúvida na participação
Após um gol, o VAR verifica que um atacante pode ter obstruído claramente a linha de visão do goleiro ou bloqueado ilegalmente um adversário impedindo-o de jogar ou tentar jogar. O árbitro deve ser avisado e revisar as imagens à beira do campo para tomar a decisão final.
1.2. Falta clara de um atacante antes do gol
Um atacante utiliza a mão para fazer um gol. Empurra um adversário ou faz uma falta para recuperar a posse de bola. O árbitro valida o gol. O VAR, caso verifique um erro claro da arbitragem, sugere que o árbitro vá à beira do campo. Após verificar as imagens, o VAR confirmará ou não o gol.
EX: O famoso gol de mão de Maradona contra a Inglaterra em 1986
Erros de arbitragem: Maradona faz gol de mão contra a Inglaterra em 1986
EX: O segundo gol de Luís Fabiano para o Brasil contra a Costa do Marfim na vitória por 3 a 1 na Copa de 2010
Confira por todos os ângulos o segundo gol de Luis Fabiano sobre a Costa do Marfim
1.3. Saída da bola do campo antes do gol
A arbitragem não percebe que a bola saiu (linha lateral ou de fundo) durante um ataque antes do gol ou tem dúvida se saiu completamente do campo. A orientação para os assistentes é a mesma do impedimento duvidoso: deixar o jogo seguir e informar ao VAR sua incerteza. Ao checar, o VAR constata a irregularidade e comunica ao árbitro. Aqui também se encaixa outra situação, a de a arbitragem não perceber a saída completa da bola em um ataque anterior ao gol. Nesse caso, o árbitro anula o gol sem verificar o monitor.
EX: Gol mal anulado de Morientes para a Espanha na prorrogação contra a Coreia do Sul, em 2002, por equívoco na informação de saída de bola antes do gol.
Erros de arbitragem: Morientes tem gol mal anulado em 2002 contra a Coreia do Sul
1.4. Se a bola ultrapassou completamente a linha do gol
Como haverá a tecnologia da linha do gol na Copa da Rússia, não cabe ao VAR realizar esta checagem. Esse controle será automaticamente feito e informado ao árbitro pelo seu relógio. Caso haja falha no sistema, o VAR acumulará mais esta função.
EX.: Gol não concedido para a Inglaterra contra a Alemanha em 2010
Confira todos os ângulos e reações do gol inglês não validado pelo árbitro Jorge Larrionda
2.1. Pênalti claramente mal marcado
O VAR entrará em ação em caso de clara simulação do atacante com sucesso. Quando comprovada, o pênalti será anulado, o jogo reiniciará com tiro livre indireto e será aplicado cartão amarelo ao atacante infrator. Outro exemplo seria um defensor atingir um companheiro, e o árbitro achar que o atingido foi um adversário, ou uma bola que claramente bateu no peito de um defensor, e o árbitro equivocadamente viu mão, ou ainda um desarme legal interpretado como falta. Em todas essas situações, o árbitro verificará as imagens à beira do campo antes de tomar a sua decisão.
EX: Pênalti marcado para a Itália contra a Austrália, na Copa de 2006
Erros de arbitragem: pênalti marcado para a Itália, em 2006
2.2. Pênalti claramente não marcado
Aqui a situação é inversa. Uma situação de falta clara não percebida pelo árbitro. Estão inclusos um agarrão claro (fora ou na disputa da bola), toque de mão claro, agressões de defensores, ou, se o árbitro marcar uma simulação de um atacante, e as imagens comprovarem claramente que, na verdade, a falta existiu. Nesses casos, o árbitro verificará as imagens antes de tomar a sua decisão.
EX: Na Copa de 1982, na derrota do Brasil para a Itália por 3 a 2, a zaga italiana rasga a camisa de Zico
Erros de arbitragem: Zico tem camisa rasgada por italiano, mas pênalti não é marcado em 82
EX: Itália x Coréia do Sul, nas oitavas de final da Copa de 2002, pênalti não marcado em Totti e expulsão do atleta (simulação) pelo segundo amarelo
Em 2002, Coreia do Sul vence Itália por 2 a 1 pela Copa do Mundo
2.3. Falta para equipe do atacante e há dúvida se ocorreu dentro ou fora da área
O árbitro marca a falta, ou o pênalti, normalmente. Basicamente, o VAR informará se a decisão do campo foi certa e deve ser mantida ou errada e deve ser modificada. Não há verificação do árbitro à beira do campo.
EX: Pênalti de Nilton Santos em 1962, contra a Espanha, que a arbitragem marcou falta fora da área
Erros de arbitragem: Nilton Santos comete pênalti, mas arbitragem dá fora da área em 1962
2.4. Falta clara cometida pela equipe do atacante nas jogadas anteriores a um pênalti
O item é autoexplicativo. Mesmo sendo pênalti, deve-se punir a primeira infração. O árbitro deve verificar as imagens.
2.5. Bola fora de jogo antes do incidente penal
O VAR deverá observar uma possível situação em que a bola possa ter ultrapassado completamente as linhas do campo (lateral ou de fundo) anterior à infração penal. O árbitro modifica sua decisão sem verificar as imagens.
3. CARTÃO VERMELHO DIRETO
3.1. VAR observa uma falta punível com expulsão não detectada pelo árbitro
Aqui aplicam-se as faltas fora do campo de visão do árbitro, agressões fora ou na disputa de bola, com o jogo em andamento ou não. Nesse caso, há necessidade de revisão na beira do campo pelo árbitro central, que só tomará sua decisão após ver o lance no monitor à beira do campo.
Neste caso, não há limite de tempo para aplicação da pena, ou seja, a decisão até poderá ser tomada depois de a bola entrar em jogo novamente.
EX: Agressão de Tassotti (Itália) em Luis Enrique (Espanha), na Copa de 1994
Em 1994, Tassotti acerta cotovelada em Luís Enrique pela Copa do Mundo
3.2. Agravamento de punição
O árbitro interpreta um lance para cartão amarelo ou, até mesmo, sem nenhuma punição disciplinar. Ao checar as imagens, o VAR entende que claramente a jogada seria para cartão vermelho. Ele deve recomendar a revisão ao árbitro no campo. Neste caso, não há limite de tempo para aplicação da pena, ou seja, a decisão até poderá ser tomada depois de a bola entrar em jogo novamente.
EX: A entrada de De Jong (Holanda) em Xabi Alonso (Espanha), na final da Copa de 2010, punida apenas com cartão amarelo
De Jong entra de sola no peito de Xabi Alonso e recebe somente cartão amarelo aos 27 do 1º
3.3. Quando há dúvida se uma falta é punível com expulsão por impedir uma clara oportunidade de marcar gol ou com um cartão amarelo por parar um ataque promissor
Este item é para quando o VAR considera como indiscutível uma “situação clara e manifesta de gol” uma jogada na qual o árbitro não utilizou o vermelho, ou uma situação em que o árbitro utilizou o vermelho e claramente não era uma jogada manifesta de gol. Segue valendo a verificação do árbitro central à beira do campo.
EX: Pênalti que originou o primeiro gol da vitória da Alemanha contra Portugal por 4x0 na copa de 2014
Gol da Alemanha! Mueller cobra pênalti e marca, aos 11 do 1º tempo
Se o árbitro advertir ou expulsar o jogador errado (inclusive da equipe errada), ou se não tem certeza qual jogador deve ser sancionado, o VAR informará ao árbitro prontamente, sempre que possível, para que o jogador correto seja punido. Aqui está incluso qualquer erro relativo à apresentação de cartões, e o equívoco pode ser corrigido a qualquer momento da partida. Não há necessidade de verificação do árbitro central à beira do campo. Observem que aqui estão inclusas as situações de cartão amarelo e vermelho.
EX: Croácia x Austrália, Copa de 2006. O croata Simunic recebeu três amarelos até ser expulso. VAR informaria o erro no segundo cartão
Contos da Copa: árbitro mostra dois cartões amarelos para jogador croata
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