Azitromicina causa diarreia por quanto tempo

A azitromicina é um antibiótico da classe dos macrolídeos, usado frequentemente no tratamento das infecções respiratórias, doenças sexualmente transmissíveis, diarreias e outras doenças infecciosas.

A azitromicina é um antibiótico derivado da eritromicina, um macrolídeo mais antigo, que atualmente é pouco utilizado na prática médica, exceto em algumas pomadas e colírios. Hoje em dia, a claritromicina e a azitromicina são os antibióticos mais utilizados dessa classe.

A azitromicina tornou-se um antibiótico muito popular devido à sua confortável posologia, que costuma ser de apenas 1 comprimido diário por 3 a 5 dias. Há infecções, inclusive, que podem ser tratadas com uma dose única desse antibiótico.

Neste artigo vamos abordar as principais indicações da azitromicina, suas interações, contraindicações e efeitos colaterais. Esse texto não pretende ser uma bula completa do azitromicina. Nosso objetivo é ser menos técnico que uma bula e mais útil aos pacientes que procuram informações práticas sobre este medicamento.

O que vem a seguir é um resumo das principais informações contidas em várias bulas de azitromicina publicadas por diferentes laboratórios farmacêuticos.

Para uma visão geral dos antibióticos mais usados na medicina, sugerimos a leitura de: ANTIBIÓTICOS – Tipos, resistência e indicações.

Indicações – Para que serve

A azitromicina pode ser indicada para o tratamento das seguintes infecções:

Entre as bactérias comumente sensíveis à azitromicina podemos citar:

  • Bactérias aeróbicas e facultativas gram-positivas: Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus pneumoniae,  Streptococcus pyogenes e Streptococcus viridans.
  • Bactérias aeróbicas e facultativas gram-negativas: Bordetella pertussis, Campylobacter jejuni, Haemophilus ducreyi, Haemophilus influenzae, Haemophilus parainfluenzae, Legionella pneumophila, Moraxella catarrhalis e Neisseria gonorrhoeae.
  • Anaeróbios: Clostridium perfringens, Peptostreptococcus spp. e Prevotella bivia.
  • Outras espécies: Borrelia burgdorferi, Chlamydia trachomatis, Chlamydophila pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, Treponema pallidum e Ureaplasma urealyticum.

Nomes comerciais

A azitromicina pode ser encontrada sob a forma genérica ou através dos vários nomes comerciais existentes no mercado. Entre as marcas mais comuns à venda nas farmácias no Brasil e em Portugal, podemos citar:

  • Astro.
  • Azi.
  • Azitrax Gu.
  • Azitrix.
  • Azitrolab.
  • Clindal Az.
  • Selimax Pulso.
  • Zitromax.
  • Zitromil.

Apresentações

A azitromicina pode ser encontrada em comprimidos de 500 mg ou 1000 mg. Existe também a forma em suspensão oral 40 mg/ml.

Posologia – Como tomar

A azitromicina pode ser tomada em jejum ou junto com a comida. O medicamento deve ser tomado apenas uma vez por dia.

Nos tratamentos com mais de um dia de duração, deve-se procurar tomar o antibiótico mais ou menos na mesma hora sempre. Se houver esquecimento, tome o comprimido assim que possível; se já estiver próximo da próxima dose, não é preciso tomar dois comprimidos.

Como qualquer medicamento, a azitromicina deve ser guardada em local seco e longe do calor. O banheiro não é um local apropriado para estocar medicamentos.

Caso haja qualquer reação alérgica, o medicamento deve ser interrompido e o médico que o prescreveu deve ser avisado.

Posologia recomendada

  • Sinusite: 500 mg por dia por 3 dias.
  • Clamídia: 1000 mg em dose única.
  • Pneumonia: 500 mg no primeiro dia, seguido por 250 mg por dia por 4 dias.
  • Cancro mole: 1000 mg em dose única.
  • Faringite: 500 mg no primeiro dia, seguido por 250 mg por dia por 4 dias.

Não é preciso correção da dose nos pacientes com insuficiência renal crônica.

A azitromicina é um antibiótico de longa ação e lenta liberação pelos tecidos. Cada dose de 1 grama mantém-se ativa por cerca de 70 horas, motivo pelo qual o tempo de tratamento costuma ser menor que a maioria dos antibióticos. Enquanto outros antibióticos precisam ser tomados por 10 a 14 dias, muitas vezes com posologia de 2 a 3 administrações diárias, o tempo máximo de azitromicina habitualmente prescrito é de 5 dias, com apenas uma dose diária.

Efeitos colaterais e contraindicações

A azitromicina é um medicamento muito seguro, com baixas taxas de efeitos colaterais graves. Náuseas, vômito, cólicas e diarreia são os efeitos mais comuns e ocorrem em aproximadamente 5-10% dos casos. Estes sintomas gastrointestinais são mais comuns quando se administram doses maiores ou iguais a 1 grama por dia.

A azitromicina não deve ser usada em pacientes com problemas hepáticos, principalmente hepatite ou cirrose, pois é uma droga que pode ser tóxica para o fígado. A azitromicina também não deve ser usada em pacientes com Miastenia Gravis.

Apesar de não haver comprovação de que haja risco de malformações, a azitromicina não costuma ser indicada durante a gravidez, uma vez que não há estudos que demostrem inequivocamente sua segurança nesta população. Também deve-se evitar esse antibiótico durante o aleitamento materno.

Interações medicamentosas

Os seguintes fármacos apresentam interações com a azitromicina (a lista abaixo não é completa, há muitas outras drogas que podem sofrer interação):

  • Amiodarona  – aumenta o risco de toxicidade pela amiodarona.
  • Antiácidos – reduz a eficácia da azitromicina.
  • Ciclosporina – aumenta o risco de toxicidade pela ciclosporina.
  • Hidroxicloroquina – aumenta o risco de arritmias cardíacas.
  • Tacrolimo – aumenta o risco de toxicidade pelo tacrolimo.
  • Digoxina – aumenta o risco de toxicidade pela digoxina.
  • Nelfinavir – aumenta o risco de toxicidade pela azitromicina.
  • Varfarina – potencializa a ação anticoagulante da varfarina.
  • Atorvastatina – aumenta o risco de lesão muscular (rabdomiólise).

Azitromicina corta o efeito da pílula anticoncepcional?

Não, a azitromicina não interfere nem corta o efeito dos anticoncepcionais hormonais, sejam na forma de pílula, adesivo, injeção ou implante. A minipílula e a pílula do dia seguinte também não sofrem interferências.

Se você quiser conhecer quais são os antibióticos que podem cortar os efeitos dos anticoncepcionais, leia: Antibióticos Cortam o Efeito dos Anticoncepcionais?

Azitromicina ajuda no tratamento da Covid-19?

Não há evidências de que a azitromicina seja útil no tratamento de infecções virais, incluindo a covid-19. Um pequeno estudo com relevantes falhas metodológicas sugeriu que a associação de azitromicina com hidroxicloroquina poderia ser benéfica, mas esse resultado nunca foi reproduzido por estudos maiores e mais bem desenhados.

É importante destacar que a associação de azitromicina com hidroxicloroquina aumenta o risco de arritmias cardíacas porque os dois fármacos podem prolongar o intervalo QT (tempo de despolarização e repolarização do ventrículo cardíaco).

Para informações sobre a covid-19, leia: Informações sobre o coronavírus.

Referências

Azitromicina causa diarreia por quanto tempo

Quando uma bactéria do mal se instala no corpo, não tem jeito: são os antibióticos que costumam eliminar a infecção. Por mais efetivos que sejam, eles acabam afetando outros micro-organismos que vivem pacificamente dentro do organismo mais acima. “Isso desequilibra a microbiota intestinal e, não raro, provoca diarreia”, conta o médico Flávio Quilici, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Para driblar esse revés, surgiu a ideia de prescrever, em paralelo ao esquema terapêutico convencional, doses de probióticos, produtos que repõem essas bactérias do bem no sistema digestivo. E a estratégia acaba de se mostrar promissora em um estudo da Universidade Bastyr, nos Estados Unidos.

“Aliar antibióticos e probióticos é um tema cada vez mais discutido e já é até empregado nos consultórios médicos”, observa Quilici.

Por que antibióticos causam diarreira. E como os probióticos podem ajudar

1. Estrago geral: os antibióticos funcionam como uma bomba e matam muitas bactérias — inclusive algumas que são benéficas.

2. Entornou o caldo: sem o resguardo dos bons micro-organismos, o intestino fica sensível e deixa de trabalhar direito.

3. Troca veloz: ingerir probióticos em cápsulas ou sachês restauraria essa proteção e, assim, evitaria complicações.

+Leia também: Cefalexina: para que serve esse antibiótico e quais os efeitos colaterais