Muitos pais ficam assustados e recorrem ao atendimento hospitalar quando acreditam que o filho está com refluxo. A situação é muito comum e na maioria das vezes não se trata de algo preocupante, desaparecendo com o tempo. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, veja a entrevista com a neonatologista Claudia Neves, da área de Atenção Clínica ao Recém-Nascido do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Show
O que é o refluxo gastroesofágico? O refluxo é caracterizado pelo retorno do conteúdo do estômago para o esôfago e outras áreas como a boca. É um evento comum nos primeiros meses de vida, que na maioria das vezes não causa sintomas graves e está ligada à regurgitação, também conhecida como golfada. Essas acontecem duas ou mais vezes por dia em quase metade das crianças até os dois meses, e em 1% daquelas com cerca de um ano. A melhora, espontânea, está relacionada ao crescimento e desenvolvimento da criança. Como identificar o refluxo? Cabe ao pediatra diferenciar o refluxo fisiológico — ou seja, aquele sem sintomas — do caracterizado como doença do refluxo, que pode provocar complicações. Assim, ele orientará a família adequadamente e definirá um tratamento se julgar necessário. O que pode indicar quadros mais acentuados? O refluxo torna-se doença quando a frequência, a duração e a quantidade do material refluído são elevadas e associam-se a alguns sintomas. Entre eles estão recusa alimentar, sangramento digestivo, dificuldade respiratória, episódios de bradicardia (redução do ritmo cardíaco), anemia, irritabilidade excessiva, ganho de peso insatisfatório e choro constante. Qual o tratamento para o refluxo? A maioria dos bebês precisa apenas de algumas medidas para diminuir o desconforto. São elas: evitar balançá-los; não vestir roupas que apertem suas barrigas; não deixar chorarem por muito tempo; botar um calço de 10 cm para manter a cabeceira do berço elevada cerca de 30 graus; ter uma boa posição durante as mamadas para prevenir a entrada de ar pela boca; e, após terminar, deixá-los no colo, na posição vertical, por mais ou menos 30 minutos. Os casos graves devem ser acompanhados por pediatra e/ou gastroenterologista. Somente eles têm capacitação para interpretar os exames e escolher a terapia correta para cada paciente.
Muitas mamães percebem que o seu bebê tem refluxo quando ele regurgita com maior frequência. É super normal refluxo em recém nascido, já que o aparelho digestório nessa fase ainda é muito imaturo, mas as vezes uma mamãe de primeira viagem pode não conseguir identificar imediatamente os sintomas de refluxo em recém nascido e aí o problema pode se agravar se não houver os cuidados necessários. O que é Refluxo?Para entendermos o refluxo em recém nascido, precisamos saber que o aparelho digestório tem ácidos responsáveis pela digestão do alimento que vai para o estômago, no caso do recém nascido, esse alimento é apenas líquido e mais fácil de voltar. O leite seja ele materno (preferencialmente) ou leite fórmulas pode voltar ocasionando a famosa “golfada” ou gorfada. O refluxo gástrico nada mais é do que o conteúdo que está no estômago que volta pelo esôfago e normalmente esse refluxo tem ácido gástrico misturado que faz com que o refluxo machuque a por onde passa pois além do estômago, os demais órgãos não estão preparados para a agressividade do suco gástrico. Exatamente por isso é tão importante verificar o grau de refluxo em recém-nascido, pois a única forma do bebê se comunicar é através de choro e se está sentindo dor, fica ainda mais sensível. Normalmente os bebês tem crises de refluxo, e isso é normal até certo ponto. O bebê que tem crises diárias e em quase todas as mamadas, por exemplo, pode ter uma forma mais complicada de refluxo em recém-nascidos. Como é a Aparência do Refluxo?O líquido que volta é talhado e cheira “azedo” como se fosse um iogurte mais ralo com pedacinhos e há bebês que basta mamar para daqui a 10, 15 minutos regurgitar essa “nata”. O refluxo é normal e muito frequente entre os recém-nascidos, o problema só passa a ter certa relevância quando o problema começa a influenciar no ganho de peso do bebê. Também em alguns casos dificultar a alimentação, afinal de contas, o ácido pode machucar o esôfago e garganta. Sinais claros de refluxo em recém nascidos podem ser: Sinais do Refluxo
Como DiagnosticarO diagnóstico normalmente é dado pelo pediatra mesmo em consultório na consulta de rotina, os sintomas podem deixar claro porém alguns exames de imagem podem ser solicitados. Esses exames são raramente pedidos, pois é um exame que é necessário dar contraste e não se sabe a reação que o bebê pode ter com essa substância, pode ser alérgico. Como Tratar o RefluxoO tratamento para o refluxo com medicamentos em recém nascidos é simples, medicação anti refluxo Domperidona e Label de 8 em 8 horas, mas é preciso que o pediatra prescreva a quantidade pertinente para o bebê. Como Evitar o RefluxoMacetes podem ajudar a reduzir o refluxo dos bebês e em algumas vezes nem medicação é necessária para eliminar os sintomas. Por exemplo, deixar o bebê mais inclinado depois das mamadas é uma grande ajuda para evitar o refluxo. Hoje existem essas cadeirinhas de brincadeiras para bebês que podem ser aliadas das mamães para deixar o bebê mais levantadinho depois da mamada, reparem que o bebê fica meio que sentadinho. Outra técnica usada é levantar um pouco o colchão do bebê ou usar travesseiros para bebês anti refluxo. Dar menos quantidade de leite na mamada e mais vezes também pode ajudar, o estômago muito cheio promove o refluxo com mais facilidade. Dormir de lado é uma boa posição para o bebê, assim evita qualquer perigo de engasgue com o refluxo. Experiência de uma LeitoraA Viviane recentemente teve a noticia no consultório do pediatra após uma consulta de rotina, ela levou Rafick de 1 mês para a consulta e descreveu os sintomas. Atualmente Rafick tem feito o tratamento contra o refluxo. Veja o depoimento da Viviane a seguir. Rafick tossia muito e também chorava. Além de regurgitar com frequência, levei ao pediatra que receitou alguns medicamentos e procedimentos para melhorar o refluxo. Comecei a usar o Peridal e o Label. Suspendi o Peridal pois não vi nenhum resultado e continuei com o Label que é uma espécie de anti-inflamatório, com ele senti uma leve melhora na irritação. Percebi que pequenas mudanças físicas e posturais ajudariam o meu bebê a sofrer menos com o refluxo. Passei a Elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 30 graus, permanecer após a mamada com o bebê ereto por 40 minutos e diminuir o intervalo das mamadas, ou seja, ele bebendo pouco leite com mais frequência, evita do estômago ficar cheio demais e com isso diminui o refluxo. Mamãe, preste muita atenção nos sintomas e no porque do choro do bebê, se ele chora muito sem motivo aparente e está perdendo peso ou não está ganhando peso como deveria, é essencial levar ao pediatra de confiança para uma avaliação. Lembre-se de que regurgitação pode ser normal até 1 ano de idade, mas se o seu bebê “golfa” ou vomita demais é sempre bom fazer uma avaliação com o especialista, porém nem sempre o refluxo está associado a regurgitação, e por isso a mamãe deve ficar de olho nos sinais da mesma forma, mesmo na ausência do vômito. Refluxo é normal e passa, façam o tratamento e os procedimentos corretamente que dá tudo certo no final. Bjokas e até a próxima! Veja também: Primeira Alimentação: Papinha de Bebê Foto: Daniel Peinado O refluxo em bebê é um sintoma angustiante para todos os pais que se preocupam com o bem-estar e com a saúde da criança. Esta, por sua vez, pode apresentar irritação e dor, tendo dificuldades para se acalmar, dormir ou se alimentar. Apesar da angústia, a condição é encarada com tranquilidade pela maioria dos médicos. Eles dizem que é habitual e que, com o desenvolvimento infantil, isso tende a diminuir. Porém, ainda que seja uma característica natural e cesse ao decorrer dos meses na maioria dos casos, em outros a sorte não é tão grande assim, fato esse que pode afetar a saúde do bebê. Acompanhe a leitura, entenda mais sobre o tema e saiba quando é hora de procurar ajuda profissional! Refluxo em bebê: quais as principais dúvidas e o que fazer?Segundo o gastropediatra Luiz Henrique Hercowitz, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, por volta de 67% dos bebês entre 2 e 5 meses têm refluxo. Em 21% a situação persiste entre os 6 e 7 meses. E apenas em 5% dos casos o quadro continua após o primeiro ano de idade. Ainda que os números nos primeiros meses de vida sejam altos, muitos pais podem ter dúvidas do que fazer e do que é esperado em cada caso. Portanto, vamos responder às principais questões a seguir. Por que acontece o refluxo?Ele ocorre devido a uma adaptação no processo de digestão. Quando nos alimentamos, a comida passa pela boca, desce pela faringe, depois passa pelo esôfago e chega ao estômago. Entre o esôfago e o estômago temos um músculo, que abre sempre para o alimento passar. Se acontecer de esse músculo — também chamado de esfíncter — abrir antes da hora, parte do conteúdo presente no estômago pode voltar, ocasionando o refluxo.
Quando a criança é muito nova, ela ainda não tem o sistema digestivo bem desenvolvido. As contrações que ocorrem durante o processo de digestão ainda são descoordenadas, o esfincter ainda é um músculo frágil nesse período e a criança se alimenta só de líquidos. Por esses motivos o refluxo em geral acontece e a criança é mais propensa a apresentar desconforto em relação a isso. Em algumas situações, pode ocorrer de o bebê ter alergia ou intolerância à lactose, substância presente também no leite materno e que, nesse caso, dificulta a digestão. Quais os sintomas?O bebê, em geral, apresenta irritabilidade intensa após as mamadas, pode ter dor na região do abdômen, como cólicas, assim como dificuldade em dormir ou em se alimentar. Quando acontecem vômitos, pode sentir irritação na garganta, tosse crônica, engasgos e até mesmo pausas respiratórias. Geralmente, é uma situação angustiante para todos. Isso porque o neném não consegue dizer ainda o que sente e expressa o seu incômodo por meio do choro; e os pais acabam se desesperando, já que não sabem o que está se passando com a criança. Qual a diferença entre refluxo e regurgitação?A regurgitação é uma consequência do refluxo, que se apresenta como a volta do alimento para a boca, em geral em pequena quantidade. O refluxo nem sempre é visível e pode representar a volta do alimento apenas para o esôfago. Então, para regurgitar, o bebê precisa ter tido o refluxo antes. Se ele golfar um pouco depois de mamar pode ser normal, devido à imaturidade do seu sistema digestivo. Tenha uma fralda de pano sempre por perto e coloque-o para arrotar depois da amamentação. Saiba mais sobre a etapa que se inicia após o primeiro dia de vida do seu bebê, para que você ofereça toda a segurança, carinho, amor e atenção para o seu filho. Veja no banner abaixo: Quais os problemas que o refluxo pode causar?Por ter o alimento indo em direção contrária de forma constante, essa condição pode provocar irritação e lesão no esôfago, causando dor, mal-estar, azia e queimação no peito. Em situações mais críticas pode haver infecção no canal que passa o alimento e problemas no pulmão, como asma e bronquite. Podem surgir ainda aftas na boca e mau hálito, além dos dentes perderem a calcificação. Inflamações no ouvido, dificuldade para mamar e para ganhar peso também podem estar entre os problemas apresentados por quem tem refluxo. Há tratamento para o refluxo em bebê?Os casos mais leves podem ser prevenidos apenas com medidas posturais/comportamentais, como: reduzir o tempo das mamadas, evitar balançar ou trocar a fralda do bebê após as refeições, achar uma posição adequada para a hora da amamentação, evitar roupas que apertem a barriga da criança, colocá-la para arrotar por mais tempo após as mamadas e usar um travesseiro anti-refluxo. O tratamento para os casos mais sérios é medicamentoso e em geral orientado por um médico especialista. A partir dos sintomas e da intensidade deles, o tratamento vai ser conduzido por esse profissional. Caso fique provado que o bebê tem intolerância à lactose, por exemplo, o fato de retirá-la da alimentação já pode aliviar os sintomas. Em outras ocasiões, pode ser necessário modificar a dieta do bebê, da lactante e ainda ter ajuda de uma medicação específica.
Como é feito o diagnóstico do refluxo?Um dos primeiros sinais que o médico vai avaliar é se o bebê está ganhando peso adequadamente. Depois avaliará se o paciente golfa com frequência, em que quantidade e se apresenta irritabilidade após as mamadas ou não. Feito isso, o pediatra pode pedir exames de acordo com os sintomas relatados pelos pais ou iniciar prova terapêutica com medicação anti-refluxo. Quando devo procurar um médico?Todo recém nascido deve ser acompanhado mensalmente por um pediatra e é esse profissional que, em geral, suspeita e faz o diagnóstico, podendo inclusive encaminhar para um gastropediatra, caso ache necessário. É muito importante manter as consultas periódicas com o pediatra e entrar em contato com esse profissional caso os pais notem alguma mudança de comportamento da criança. O esperado é que a partir dos 6 meses a condição diminua de frequência. Para resumir, fique atento a estes sintomas:
Tendo o diagnóstico em mãos, pode ser feito um tratamento mais direcionado, com diminuição dos sintomas que causavam irritação. Para continuar se prevenindo de outras condições que podem afetar seu filho, confira mais um de nossos posts e saiba como cuidar do bebe recém-nascido em pleno verão. Categorias: Criança |