EXPLIQUE o processo político que resultou na abdicação de D Pedro I em 1831

Ouça este artigo:

A abdicação de Dom Pedro I ocorreu em 7 de abril de 1831, sendo forçado a deixar o trono em favor de seu filho, Dom Pedro II, então com cinco anos de idade. Tal fato ocorreu por conta de diversos fatores, que demonstram uma instabilidade do império no contexto do período.

Se em 1824, data da constituição imperial, Dom Pedro I tinha plenos poderes, os anos seguintes mostram que aos poucos seu poder foi diminuindo. Um dos principais fatores dessa desestabilização se deu por conta da guerra entre Brasil e Buenos Aires. As disputas se deram a partir de 1825 com uma rebelião regional que proclamou a separação do Brasil. A disputa ficou conhecida como Guerra da Cisplatina, em que o Império Brasileiro entrou em conflito com as Províncias Unidas do Rio da Prata.

A Guerra da Cisplatina foi uma catástrofe tanto para os militares brasileiros, como financeiramente para o Império. Os brasileiros foram vencidos em 1827 e a paz só veio por meio da interferência inglesa que tinha interesses comerciais. A Inglaterra precisava refazer as transações comerciais que foram rompidas com o conflito. O tratado de paz findou o conflito em 1828 e o Brasil perdeu o território da Província da Cisplatina, garantindo o surgimento do Uruguai como país independente e a navegação livre no rio da Prata. Mesmo com o alto preço do território, tanto Brasil como Inglaterra tinham interesses comerciais na navegação do rio.

Um dos graves problemas da guerra foi o recrutamento forçado para brasileiros –que gerou muito descontentamento - e a contratação por parte do rei de tropas estrangeiras. Estas, pessoas pobres do continente europeu, aceitavam a condição na esperança de tornarem-se proprietários de terras no Brasil, mas não tinham experiência militar que pudesse ser útil no conflito.

Assim, os gastos militares pioraram a situação já problemática da economia nacional. As rendas que dependiam dos impostos sobre as importações eram insuficientes e, além disso, os preços dos produtos nacionais caíram, gerando pouco lucro.

O Banco do Brasil, criado em 1808 passava por sérias dificuldades. O aumento do custo de vida nas cidades e a desvalorização da moeda brasileira – os réis – em relação à libra inglesa foram fatores decisivos na crise que se instaurava no país à época. Mesmo as exportações sendo favorecidas, as importações de bens de consumo ficaram muito caras, não atendendo às demandas das novas camadas médias urbanas e das elites. Todos esses fatores levaram a descontentamento tanto de brasileiros como de portugueses.

Entre as elites políticas a divisão era bem evidente. De um lado os absolutistas, que defendiam a ordem e a propriedade privada, mas também o imperador e seus abusos contrários à legalidade, e de outro os liberais, que, embora também defendessem a ordem e a propriedade privada, defendiam a liberdade constitucional.

Inicialmente muitos membros da elite nacional se colocaram ao lado de D. Pedro I, especialmente porque passaram a ocupar cargos administrativos e receber títulos honoríficos. Mas, com o passar do tempo, os brasileiros foram passando para o lado dos liberais, e os portugueses saíam em defesa do imperador. Entre a população urbana e o exército o sentimento contrário aos portugueses era bastante comum. Assim, o exército foi se afastando do imperador, tendo em vista que sua base era composta de pessoas pobres dos centros urbanos e as condições de trabalho não eram das melhores. O atraso no pagamento e a disciplina eram traços marcantes da atividade no exército.

Em março de 1831 o Imperador retorna de uma viagem à Minas Gerais, onde não foi bem recebido. Os portugueses decidem promover festejos em sua homenagem, demonstrando apoio. Os brasileiros então reagiram e os conflitos nas ruas duraram poucos dias. Em um deles um evento conhecido como noite das garrafadas aconteceu. Brasileiros atacaram casas de portugueses, que responderam com garrafas e cacos de vidro.

Iniciaram-se assim as manifestações contrárias ao imperador, com os comandantes aderindo à revolta. Com a situação cada vez mais insustentável, D. Pedro I se viu obrigado a abdicar do trono em abril de 1831.

Referência:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

Nas primeiras décadas do século XIX, o Brasil havia saído da condição de colônia de Portugal com a vinda da Família Real Portuguesa em 1808. Esse fato preparou terreno para uma grande eferverscência política e cultural no Brasil, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro, o que resultou na ruptura com Portugal, na década de 1820, que marcou, no Brasil, o processo de Independência (realizada em 1822) do país e a consolidação do modelo imperial de governo. Em meio à consolidação do Império no Brasil, D. Pedro I enfrentou muitos focos de resistência e protagonizou situações públicas e privadas que agravaram a sua imagem perante os seus súditos. Os problemas que se avolumaram no Primeiro Reinado acabaram por culminar na abdicação do imperador em 1831.

  • Causas da Abdicação de D. Pedro I

Os problemas que o reinado de D. Pedro I apresentava eram de variadas ordens, a começar pela oscilação que o imperador (por ser herdeiro do trono português) mantinha entre os interesses brasileiros e portugueses. O exercício do Poder Moderador, que dava ao imperador força política para dissolver a Constituinte e nomear cargos vitalícios, também entrava em choque com a perspectiva política de lideranças liberais.

Além disso, contribuíam para a instabilidade política do Primeiro Reinado insurgências regionais, como a Confederação do Equador e a malsucedida campanha militar na Guerra da Cisplatina (1825-1828), em que o exército imperial foi humilhado pelas forças da Argentina e do Uruguai, provocando a indignação dos oficiais contra o imperador. Somou-se a isso a crise financeira de 1829, que ocasionou o fechamento do Banco do Brasil e a desvalorização da moeda nacional.

A situação política da Europa também se fazia refletir em terras brasileiras. Dom João VI morreu em 1826, e a situação política de Portugal passou a ser um impasse, gerando preocupação nas elites brasileiras, haja vista que Pedro I era um dos herdeiros do trono português e poderia, eventualmente, subordinar o país novamente à coroa lusitana. Outro fato de destaque foi a queda do rei francês Carlos X, e o subsequente início da chamada Monarquia de Junho (uma monarquia de tendência liberal), na França, que contaminaria outras nações europeias.

Em meio a toda essa turbulência, D. Pedro I, que já estava sendo atacado por diversos órgãos da imprensa, como o jornal Aurora Fluminense, procurou articular-se, em 1831, com algumas lideranças liberais por meio de uma visita a Minas Gerais. A visita, entretanto, foi malsucedida. Os portugueses que habitavam a cidade do Rio de Janeiro, ao saber da fracassada articulação política de Pedro I, decidiram organizar uma recepção para o imperador com luminárias acesas pelas ruas da cidade. Os brasileiros, revoltados com tal gesto, começaram a quebrar as luminárias das casas dos portugueses, que, por sua vez, revidaram atirando garrafas nos brasileiros. Esse episódio ficou conhecido como a “Noite das Garrafadas”.

Com a pressão gerada por esse conjunto de acontecimentos, Dom Pedro decidiu, em 7 de abril de 1831, abdicar do trono em favor de seu filho, nascido no Brasil, Pedro de Alcântara, que se tornaria o segundo imperador do país. Em seu bilhete de abdicação está escrito:“Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que, hei mui voluntariamente, abdicado na pessoa do meu muito amado e prezado filho, o sr. D. Pedro de Alcantara. Boa Vista, sete de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império. Pedro.”


Por Me. Cláudio Fernandes

DISCIPLINA: História PROFESSORES: Leonardo, Renata e Paula. DATA: /12/2014 VALOR: 20,0 pts. NOTA: ASSUNTO: Trabalho de Recuperação Final SÉRIE: 8º ANO/E.F. TURMA: NOME COMPLETO: Nº: Caro Aluno (a), A avaliação de recuperação constará de questões abertas (dissertativas) e questões de múltipla escolha. Para que você obtenha sucesso, estude os capítulos do seu livro que correspondem à matéria para a prova de recuperação. Eles foram trabalhados em sala de aula e estão indicados a seguir: Capítulos: Rebeliões regenciais, II Reinado, Abolição e República Você também deverá entregar no dia da prova: 18/12/2014 os exercícios abaixo resolvidos. Eles serão avaliados em 20 pontos. Cada exercício resolvido corretamente valerá 01 ponto. Esses exercícios são mais uma forma de ajudar você a estudar para a prova (que valerá 80 pontos). Bons estudos! QUESTÃO 01 EXPLIQUE o processo político que resultou na abdicação de D. Pedro I em 1831. QUESTÃO 02 O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de Setembro de 1822, representou a verdadeira independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si mesmo, levado a efeito pelas regências, revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país, algumas lideradas por grupos de elite, outras pela população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (...) A partir de 1837, no entanto, o regresso conservador ganhou força, até que o golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no trono, inaugurando o Segundo Reinado. Estava estruturado o Império do Brasil com base na unidade nacional, na centralização política e na preservação do trabalho escravo. (CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. In: "Brasiliana da Biblioteca Nacional". Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2001.) INDIQUE um exemplo de revolta popular, ocorrida no período regencial e EXPLIQUE porque a antecipação da maioridade de D. Pedro II foi uma solução para a crise.

QUESTÃO 03 "Dois partidos lutam hoje em nossa pátria: o Restaurador e o Moderado. O primeiro foi leal ao monarca que abdicou e defende os inquestionáveis direitos do Sr. Pedro II. O segundo é partidário do sistema republicano e quer reduzir o Brasil a inúmeras Repúblicas 'fracas' e 'pequenas', e assim seus membros poderiam tornar-se seus futuros ditadores." (Adaptado do jornal O CARAMURU de 12 de abril de 1832, citado por Arnaldo Contier, Imprensa e Ideologia em São Paulo, 1979) A partir do texto, responda: A) INDIQUE o período da história política do Brasil o texto foi escrito. B) APONTE o regime político defendido pelos partidos citados no texto. _ QUESTÃO 04 Sobre o sistema parlamentarista no Brasil, responda: A) Quando foi implantado o parlamentarismo no Brasil Império? Por quê?

B) EXPLIQUE a frase: "O Rei reina, mas não governa". QUESTÃO 05 CITE quais eram e onde ocorreram as revoluções que agitaram o país no início do 2º Reinado. QUESTÃO 06 LISTE quais eram os principais produtos produzidos no Brasil no final do século XIX. Desses produtos, qual era o mais importante para a nossa economia? QUESTÃO 07 ENUMERE as razões que favoreceram a expansão da produção cafeeira no Brasil. QUESTÃO 08 EXPLIQUE porque a expansão da lavoura de café contribuiu para a urbanização da região Sudeste Brasileira.

QUESTÃO 09 RELACIONE a produção do café e o desenvolvimento das ferrovias no Brasil. QUESTÃO 10 A implantação do café no Brasil provocaria diversas transformações socioeconômicas, entre as quais a estabilização financeira, a implantação de um mercado interno e a formação de uma nova aristocracia. Em 1850, o Brasil passaria por um surto industrial. Na política interna, a característica principal seria a conciliação partidária. INDIQUE dois motivos explicam o deslocamento da produção cafeeira dono Vale do Paraíba para o Oeste Paulista. QUESTÃO 11 Sobre a economia do Império responda: O Brasil dependia apenas das vendas para o mercado externo? JUSTIFIQUE sua resposta. QUESTÃO 12 - Em 1845 o governo inglês aprovou a lei conhecida como Bill Aberden e em 1850 o Parlamento brasileiro aprovou a Lei Eusébio de Queiroz. DISCUTA o significado destas duas leis.

QUESTÃO 13 O fim do tráfico de escravos (1850) exigiu uma política de substituição da mão-de-obra, cujo debate demonstrou grande preocupação em definir um tipo racial para o brasileiro. A percepção da raça como elemento determinante na formação de uma nação era aceita como verdade comprovada pela ciência. Com base nestas considerações EXPLIQUE o posicionamento do Estado e das elites brasileiras no que se refere ao papel da política imigratória, nesse período. QUESTÃO 14 DESCREVA como foi a vida dos recém libertos após a Abolição QUESTÃO 15 No processo histórico brasileiro, de uma maneira ou de outra, os militares atuaram nos momentos de crise política. Entre 1870 e 1889, a monarquia passou por um processo de crescente instabilidade política, até sua queda definitiva. ESCLAREÇA o que foi a Questão Militar no período mencionado. QUESTÃO 16 Do ponto de vista político podemos considerar o período regencial como: A) uma época conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que comprometessem a unidade do país. B) um período em que as reivindicações populares, como direito de voto, abolição da escravidão e descentralização política foram amplamente atendidas. C) uma transição para o regime republicano que se instalou no país a partir de 1840. D) uma fase extremamente agitada com crises e revoltas em várias províncias, geradas pelas contradições das elites, classe média e camadas populares. E) uma etapa marcada pela estabilidade política, já que a oposição ao imperador Pedro I aproximou os vários segmentos sociais, facilitando as alianças na regência.

QUESTÃO 17 Qual desses movimentos revoltosos não ocorreu durante o Período Regencial: A) Cabanagem B) Balaiada C) Sabinada D) Conjuração Baiana E) Guerra dos Farrapos QUESTÃO 18 Dentre os fatores que levaram os gaúchos a proclamar a República Rio-Grandense, durante a Revolução Farroupilha, é CORRETO apontar: A) a pressão exercida pelas potências estrangeiras, que se opunham ao regime monárquico brasileiro; os altos impostos cobrados pelo império; e a proibição do contrabando de gado, extremamente prejudicial aos gaúchos. B) os acordos alfandegários feitos pelo governo imperial com potências estrangeiras, prejudiciais à economia nacional; os altos impostos cobrados pelo império; e a permissividade em relação ao contrabando, o que era prejudicial aos interesses rio-grandenses. C) a execução de leis de caráter liberal, contrárias aos interesses do povo; a falta de investimento público no setor industrial; e a proteção excessiva das riquezas naturais do solo, buscando preservar a vegetação do pampa, o que prejudicava a economia gaúcha. D) a pressão exercida por potências estrangeiras contra o excessivo livre-cambismo brasileiro; o incentivo à terceirização da manufatura do couro; e a proibição do contrabando, o que prejudicava os produtores gaúchos na concorrência com os produtores platinos, devido ao aumento dos seus custos de produção. E) a execução de leis de caráter liberal, contrárias aos interesses do povo; os acordos favoráveis ao tráfico negreiro, celebrados entre o Brasil e potências estrangeiras; e a necessidade de elevar os impostos para favorecer o desenvolvimento da pecuária, o que prejudicava o setor industrial gaúcho. QUESTÃO 19 Faça a correspondência: I- Lei Eusébio de Queiroz II-Lei do Ventre Livre III-Lei dos sexagenários IV-Lei Áurea ( )Libertava escravos com mais de 60 anos. ( )Libertou todos os negros da escravidão. ( )Proibiu o tráfico negreiro ( )Libertava todos os filhos de escravos QUESTÃO 20 Para os conselheiros do Império, o Brasil era como um sistema heliocêntrico, dominado pelo sol do Estado, em torno do qual giravam os grandes planetas do que chamavam, "as classes conservadoras" e, muito longe, a miríade de estrelas da grande massa do povo. José Murilo de Carvalho Através do texto, compreendemos que a proposta política do Segundo Reinado privilegiava: A) as massas populares, base de sustentação política do império. B) as elites dominantes, que tinham no Império a garantia de seus interesses. C) apenas os segmentos de classe média que emergiam economicamente após a imigração. D) os fazendeiros do Vale do Paraíba e senhores de engenho nordestinos, que jamais tiveram interesses contrariados pelo imperador. E) os escravos, base econômica do período, libertados pelo Império.