Animador cultural, produtor audiovisual, educador popular, escritor e cineclubista. Experiências com rádio livre, pré-vestibular comunitário, projetos de Internet popular e Comunicação alternativa. Trabalhou com Animação Cultural em CIEPs e em escolas da rede estadual no II Programa Especial de Educação, em Duque de Caxias. Desde 2002 atua com Cineclubismo e Audiovisual através do Cineclube Mate Com Angu (www.matecomangu.org). É editor da revista eletrônica Lurdinha – Duque de Caxias para Estômagos Fortes (www.lurdinha.org) Como educador audiovisual trabalhou na Oficina de Cinema Ambiental Humano Mar, projeto que realizou em seu primeiro ano, 30 documentários retratando os conflitos da cadeia produtiva do petróleo no litoral norte do Rio de Janeiro. O projeto foi o vencedor do Prêmio Brasil Ambiental. Trabalhou no Laboratório Cultura Viva, projeto desenvolvido pela Escola de Comunicação da UFRJ e Ministério da Cultura, que resultou em mais de cem filmes feitos por Pontos de Cultura de várias regiões do país. Tem experiência em elaboração e articulação de conteúdos de comunicação popular, audiovisual e internet em projetos de Educação Ambiental em 25 cidades do Rio de Janeiro, em Rondônia e no Pará. Desde 2007 dinamiza e coordena diversas oficinas no campo da Educação Audiovisual Popular, trabalhando prioritariamente conteúdos de documentário, roteiro e direção. Experiência em construção de diagnósticos participativos em processos de licenciamento ambiental. Tem vários textos publicados em sites, zines, revistas de poesia e é autor dos livros Engenharia de Aviãozinho (2009, Esteio Editora) e O Cerol Fininho da Baixada (2013, Coleção Tramas Urbanas, Editora Aeroplano) e Dois Toques (2018, Editora CGB, com Ricardo Rodrigues). Também é um dos autores do livro Mate 10 Anos (2012), do Guia para a Prática Cineclubista (2013, Projeto Cinema Para Todos) e da coletânea Rio 2065 (2016, Editora Casa da Palavra). É autor da série poética #tirinhos (www.relinkare.org/tirinhos). Dirigiu em 2020 os curtas da série Reverbera para o projeto IMS Convida, do Instituto Moreira Sales. Também é compositor e compõe sambas e marchinhas para blocos de carnaval. Contato: e-mail: fb: @botocudo ig: @heraldohb twitter: @heraldohb
Duque de Caxias, 2002. Ano em que os amigos Igor Barradas, Manoel Zumbi e Heraldo HB decidiram montar o cineclube Mate com Angu. O tempo foi passando e, hoje, com dez anos de história, o grupo agregou ideias e ideais a uma história que não está limitada apenas à Baixada Fluminense. — Em 2001, fiz o filme Progresso Primavera, que fala das transformações no bairro Jardim Primavera, em Caxias. Ele acabou unindo pessoas que, cerca de um ano depois, formaram o cineclube — diz Igor Barradas, de 34 anos. Há oito anos, o grupo exibe produções próprias e algumas outras nacionais, na Lira de Ouro, no Centro de Caxias. O evento, gratuito, acontece na última quarta-feira de cada mês. — A ênfase é no curta-metragem. Nossa ideia é reunir pessoas para discutir e produzir material audiovisual. O objetivo é incluir a Baixada no imaginário nacional — completa Igor. E o Mate com Angu tem conseguido. O filme "1 ano e 1 dia", por exemplo, já conquistou três prêmios (Cara Liberdade – Mostra do Filme Livre - RJ (2005); melhor curta pelo júri popular – Jovens Realizadores do Mercosul – CE (2005) e melhor curta – Festival de Curtas da Unioeste – PR (2005).
Prontos para desafios Este mês, o Mate com Angu participou da Mostra Livre de Artes, no Circo Voador, na Lapa, exibindo diversas produções. Marcelo Lima, que está na equipe desde 2008, destaca a importância de ter feito parte do evento, representando uma parte da Baixada Fluminense. — Esse tipo de participação faz com que a gente mostre que existe produção de qualidade na região — diz Marcelo. Atualmente, o cineclube está produzindo o curta "Aurora", que fala sobre a madrugada em Duque de Caxias, através da história de uma prostituta e um motorista de lotada. Paralelamente, o grupo está filmando "Presente", que fala da vida do artista plástico Marco Bomfim, também de Caxias.
Três produções da região foram convidadas para participar do “IMS quarentena - Programa convida”, que reúne filmes de 125 artistas individuais e coletivos de todo o Brasil. Um dos primeiros cineclubes da Baixada Fluminense, o Mate com Angu, de Duque de Caxias, representa a região com os mini documentários, feitos especialmente para o projeto do Instituto Moreira Sales (IMS). Um dos deles, o “Fragmentos de um cinema amoroso”, mostra as diferentes atividades do Mate com Angu durante 18 anos, completados em 2020. Com imagens de arquivo, o filme mostra exibições, coberturas e produções do cineclube por Caxias e pelo Brasil. — Esse filme era uma colagem sobre o audiovisual da Baixada nos últimos 20 anos. Quando pegamos o HD para ver, achamos um milhão de imagens da trajetória do Mate com Angu. É um filme afetivo, quase um metafilme — descreve Heraldo HB, um dos fundadores do Mate com Angu e diretor do “Fragmentos de um cinema amoroso”, junto com Sabrina Bitencourt. Heraldo também dirigiu as outras duas produções que estão sendo exibidas no projeto do IMS. O “Todo dia você vai ter que olhar pra isso” fala da violência e da atuação dos grupos de extermínio e da milícia na região, e busca referência no livro “Dos barões ao extermínio: uma história da violência Na Baixada Fluminense”, do pesquisador José Cláudio Souza Alves. O curta mescla imagens do filme “Nossos mortos têm voz”, dos diretores Fernando Sousa e Gabriel Barbosa — que mostra vítimas da violência de Estado — com uma entrevista remota com José Cláudio. Esses foram os recursos utilizados pelo Mate com Angu para respeitar as orientações de distanciamento social na pandemia. Todos os documentários produzidos utilizaram imagens de arquivo. O terceiro é o “Caminhos encruzados”, que fala sobre religiosidade africana e intolerância religiosa na Baixada, tendo como pano de fundo o trabalho musical do Barracão, nome popular do Curso Livre de Educação Musical Criativa. Idealizador do Barracão, o professor Victor Bruno Barbosa dos Santos vê a escola como um processo de empoderamento da periferia: — O Barracão é uma extensão do terreiro Ilê Axé Odé Oran Caruanã, que é da minha avó biológica. E a importância do terreiro no bairro São Bento é a importância que todo terreiro tem, com orientação espiritual e psicológica que as pessoas deveriam ter acesso, mas não têm. Fundado em 2002, em Caxias, o cineclube Mate com Angu, além de exibir filmes, atua na realização e produção de curtas e promove oficinas de cinema. Em todos esses anos, cerca de cem pessoas já passaram pela organização do cineclube. Todos os filmes estão no site https://ims.com.br/convida/mate-com-angu/. |