Por que o reconhecimento externo do brasil foi demorado? como foi resolvido?

Por que o reconhecimento externo do brasil foi demorado? como foi resolvido?

Aclamação de D. Pedro I (12/10/1822)

Contexto histórico

A Independência do Brasil foi declarada por D. Pedro em 7 de setembro de 1822. Porém, o reconhecimento por parte das principais nações do mundo ocorreu somente alguns anos mais tarde.

Os países europeus demoraram mais efetivar o reconhecimento, pois eram signatários do Congresso de Viena de 1815. Logo, deveriam defender os sistemas absolutistas e colonialistas e combater os ideais liberais e emancipacionistas, que começaram a se propagar com força a partir da Revolução Francesa (1789).

Como foi o processo:

- Os EUA foram, motivados pela Doutrina Monroe (“a América para os americanos”), a primeira nação que reconheceu a independência do Brasil. Este reconhecimento ocorreu no mês de maio de 1824.

- A Grã-Bretanha, muito interessada no mercado consumidor brasileiro, intermediou o reconhecimento de Portugal, através do Tratado luso-brasileiro de reconhecimento. Este tratado, assinado em agosto de 1825, impôs algumas condições para o Brasil. A principal delas foi à indenização que o Brasil teve que pagar para Portugal no valor de dois milhões de libras esterlinas. Este valor foi emprestado pelos britânicos, dando início a dívida externa brasileira.

- No mesmo ano, 1825, a Grã-Bretanha reconheceu a independência brasileira.

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Por que o reconhecimento externo do brasil foi demorado? como foi resolvido?

A Inglaterra, porém, desempenhou um papel de mediadora, nas negociações para o reconhecimento internacional da independência do Brasil. … Foi por intermédio da Inglaterra que, em 1825, Portugal reconheceu a independência brasileira em troca de uma indenização de dois milhões de libras.

O que Portugal exigiu do Brasil para reconhecer sua independência?

Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.

Quando e de que forma Portugal reconheceu a independência do Brasil?

Finalmente, em agosto de 1825, Portugal assinou o acordo de reconhecimento, mediante uma indenização de 2 milhões de libras e da concessão a D.

Por que o reconhecimento externo do Brasil foi demorado como foi resolvido?

Ao Brasil coube o pagamento dos juros e dos serviços da dívida, aumentando o endividamento com a Inglaterra por todo o século XX. O acordo não foi bem aceito nem em Portugal nem no Brasil. Após o reconhecimento por parte de Portugal, não demorou muito para que as outras nações reconhecessem a nossa Independência.

Qual era o interesse dos ingleses na independência do Brasil?

Outro fator de interesse dos ingleses na questão dizia respeito à possibilidade de utilização dos portos brasileiros para fazer chegar suas mercadorias à região do rio da Prata, bem como facilitar sua estratégia de penetração militar na América espanhola.

Por que o Brasil estava em crise econômica na época da Independência?

BAIXA NAS EXPORTAÇÕES A colônia vivia uma grave crise, desde o final do século XVIII. A causa básica, lembra Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil, era “o estancamento de suas exportações”. A situação perduraria por quase toda a primeira metade do novo século.

Quais as províncias que se revoltaram contra o processo de Independência?

Entre as províncias que se rebelaram, destacamos a Cisplatina (atual Uruguai), Bahia, Piauí, Pará e Maranhão.

Porque era interessante que Portugal reconhecesse a independência do Brasil?

Pedro I precisou deste reconhecimento para que o Brasil não ficasse isolado economicamente. Sendo assim, no dia 29 de agosto de 1825 aconteceu o reconhecimento por parte dos portugueses, o que também abriu caminho para reconhecimento das nações amigas da ex-metrópole.

Como aconteceu o processo de independência do Brasil?

O processo de independência do Brasil também é distinto das demais colônias da América, porque aqui, a Família Real Portuguesa ficou instalada de 18, tornando a luta diferente dos demais territórios. Vejamos como isso aconteceu.

Qual foi a figura mais importante para o processo de independência do Brasil?

Uma das figuras mais importantes para o processo de independência do Brasil foi de José Bonifácio. A condução do processo de independência foi realizada, principalmente, por José Bonifácio, uma vez que ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como d. Pedro administrava o Brasil.

Como foi realizada a condução do processo de independência?

A condução do processo de independência foi realizada, principalmente, por José Bonifácio, uma vez que ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como d. Pedro administrava o Brasil. Por fim, veio o rompimento oficial.

Como os americanos reconheceram a independência do Brasil?

– Os EUA foram, motivados pela Doutrina Monroe (“a América para os americanos”), a primeira nação que reconheceu a independência do Brasil. Este reconhecimento ocorreu no mês de maio de 1824.

A proclamação da independência brasileira, ocorrida em 1822, se desenvolveu em um momento marcado por complicadas questões internas e externas. No Brasil, Dom Pedro I teve que enfrentar a dura oposição das províncias que resistiram ao fim da ingerência portuguesa no território. Já no cenário político internacional, temos a reorganização de uma Europa atingida pelos efeitos das guerras napoleônicas e, ao mesmo tempo, interessada em reafirmar a autoridade absolutista. Visando fortalecer a sua presença no cenário político americano, os Estados Unidos foram a primeira nação a reconhecer a autonomia política brasileira, em maio de 1824. Nesse período, a chamada “Doutrina Monroe” era empregada na política externa estadunidense como meio de se repudiar qualquer tentativa de recolonização pelas antigas monarquias absolutistas. Em março de 1825, as autoridades mexicanas fortaleceram o coro de países que legitimavam o Brasil Independente. A Inglaterra, como grande fornecedora de produtos manufaturados ao país, tinha grande interesse em reconhecer a independência do Brasil. Entretanto, a ação política e diplomática britânica temia que tal posição viesse a estabelecer uma crise nas relações entre Portugal e Inglaterra. De tal modo, os britânicos se organizaram a fim de intermediar um acordo de reconhecimento entre autoridades portuguesas e brasileiras. No dia 29 de agosto de 1825, portugueses e brasileiros assinaram o Tratado de Paz e Amizade. Segundo o acordo firmado, o governo português reconhecia a independência do Brasil a partir do pagamento de uma indenização no valor de dois milhões de libras esterlinas. Além disso, Dom Pedro I se comprometeu a ceder o título honorário de imperador do Brasil a Dom João VI e não tomar nenhuma iniciativa a fim de anexar algumas das colônias portuguesas ao seu território.

Com a resolução, a Inglaterra e outras nações do mundo tomaram frente no reconhecimento da independência do Brasil. Para os britânicos, a intermediação nesse acordo acabou garantindo as taxas alfandegárias já praticadas pelos tratados de 1810. Além disso, os britânicos exigiram que o Brasil se comprometesse a acabar com a escravidão até o ano de 1830. Tal medida acabou não sendo cumprida, já que tal ação prejudicava o interesse das elites nacionais.

Após o emblemático Grito do Ipiranga, Dom Pedro I teria de tomar diversas ações que pudessem assegurar a autonomia política da nação brasileira. Primeiramente, teve que enfrentar vários levantes militares em algumas províncias que se mantinham fiéis a Portugal. Para tanto, chegou a contratar mercenários ingleses que asseguraram o controle dos conflitos internos.

Entretanto, não bastava pacificar os desentendimentos provinciais. Para que o Brasil tivesse condições de estabelecer um Estado autônomo e soberano, era indispensável que outras importantes nações reconhecessem a sua independência. Já em 1824, buscando cumprir sua política de aproximação com as outras nações americanas, os Estados Unidos reconheceram o desenvolvimento da independência do Brasil.

Apesar da importância de tal manifestação, o Brasil teria que fazer com que Portugal, na condição de antiga metrópole, reconhecesse o surgimento da nova nação. Nesse instante, a Inglaterra apareceu como intermediadora diplomática que viabilizou a assinatura de um acordo. No dia 29 de agosto de 1825, o Tratado de Paz e Aliança finalmente oficializou o reconhecimento lusitano. 

Tratado de Paz e Aliança 

Segundo esse acordo, o governo brasileiro deveria pagar uma indenização de dois milhões de libras esterlinas para que Portugal aceitasse a independência do Brasil. Além disso, dom João VI, rei de Portugal, ainda preservaria o título de imperador do Brasil. Essa última exigência, na verdade, manifestava o interesse que o monarca lusitano tinha em reunificar os dois países em uma só coroa.

Na condição de nação recém-formada, o Brasil não tinha condições de pagar a pesada indenização estabelecida pelo tratado de 1825. Nesse momento, os ingleses emprestaram os recursos que asseguraram o pagamento deste valor. Na verdade, o dinheiro nem chegou a sair da própria Inglaterra, já que os portugueses tinham que pagar uma dívida equivalente aos mesmos credores.

Após o reconhecimento português, várias outras nações da Europa e da América foram impelidas a realizarem o mesmo gesto político. Com isso, o Brasil poderia estabelecer negócio com outras nações do mundo através da assinatura de acordos e o estabelecimento de tratados de comércio. Nesse aspecto, a Inglaterra logo se apressou para que o governo brasileiro reafirmasse as taxas aduaneiras dos tratados de 1810.

Logo em seguida, os ingleses pressionaram politicamente o Brasil para que o tráfico de escravos fosse expressamente proibido até 1830. Contudo, mediante o interesse dos grandes proprietários, Dom Pedro I não se mostrou disposto a resolver essa questão. No fim das contas, a questão do escravismo se arrastou até os fins do século XIX, quando a princesa Isabel finalmente aprovou os termos da abolição.

Em 1828, Dom Pedro I estabeleceu uma política livre-cambista ao estender a taxa alfandegária de 15%, anteriormente exclusiva aos ingleses, a todas as demais nações do mundo. Por fim, essa medida se instituiu como um novo obstáculo para a modernização da nossa economia. Ao longo de sua trajetória, o governo imperial se viu obrigado a contrair vários empréstimos que supriam a demanda interna por produtos industrializados.

Por Rainer Sousa
Mestre em História